quinta-feira, 25 de março de 2010

Documentário: FOOD, INC. Qual é o preço da sua alimentação?

Diretamente do blog Ar Puro


“Queremos pagar o mínimo possível pela nossa comida, mas não entendemos que isso tem um preço.” Essa frase, parte do depoimento de um sindicalista que luta pelos direitos dos trabalhadores de uma gigante da indústria da carne americana, resume bem a mensagem do filme Food, Inc., um dos concorrentes ao Oscar de Melhor Documentário neste ano.
Em uma hora e meia de duração, o longa-metragem _ ainda não disponível no Brasil _ mostra como poucas empresas dominam a indústria alimentícia dos Estados Unidos, criando uma falsa impressão de diversidade nas prateleiras dos supermercados e escondendo a real procedência dos produtos. E vai além, explicando como isso esmaga e submete os produtores agrícolas de todo o país. Como a produção em massa afeta a nossa saúde. Como a busca pelo lucro da indústria deturpou a nossa relação com a comida.

Calma, amigos “carnívoros”. O filme não entra na questão de se deveríamos ou não comer animais. Ainda assim, expõe como devemos ter muito cuidado a escolher tudo o que comemos e saber de onde vêm todos os alimentos que compramos.
A maneira com que os animais são criados e abatidos, o uso excessivo de antibióticos, como a comida está cada vez mais impregnada por bactérias muitas vezes fatais - há muita coisa que precisamos saber, mas escondem de nós.
Voltando à frase que inicia o texto, Food, Inc. mostra como mudamos processos naturais para aumentar a produção, diminuir os custos e comprar/vender mais com menos dinheiro. O que não paramos para pensar é no preço que pagaremos a longo prazo por isso _ os prejuízos ambientais, o mal à saúde, o mal à sociedade. Ficamos prisioneiros.
Mas não precisamos ser. Somos nós, consumidores, que, no fundo, mandamos na indústria. Se não comprarmos mais os produtos que julgamos ruins, as empresas serão obrigadas a repensar seus processos. O filme cita o exemplo da gigante Walmart, que passou a ter uma postura mais crítica em relação ao que coloca nas prateleiras. Não que a companhia antes vista como uma espécie de anticristo pelos ambientalistas tenha virado a boa samaritana de repente, mas os consumidores passaram a exigir, e eles respeitaram essa demanda.
Como disse o fundador de uma empresa de iogurtes orgânicos – e fornecedora do Walmart: “Nenhum dos meus amigos radicais consegue argumentar contra o fato de que uma venda de 9 milhões de dólares para o Wal-Mart ajuda a salvar o mundo”.

“Você pode salvar o mundo a cada dentada”, diz uma frase no final. Amém.



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