terça-feira, 28 de julho de 2009

O que é ciência afinal?


Durante muito tempo o homem iniciou uma jornada em busca do conhecimento para buscar possíveis respostas a certas questões referentes a problemas do seu dia-a-dia. Algumas destas respostas eram, muitas vezes, explicadas de forma mística à medida que utilizavam a mitologia para explica-las. Quando o homem passou a questionar estas respostas e a buscar explicações mais plausíveis, por meio da razão, excluindo suas emoções e suas crenças religiosas, passou-se a obter respostas mais realistas que, demonstradas, muitas vezes ingenuinamente, se aproximavam mais da realidade das pessoas e por isto, talvez, passaram a ser bem aceitas pela sociedade. Podemos dizer que essa nova forma de pensar do homem foi que criou a possibilidade do surgimento da idéia de ciência e que sua tentativa de explicar os fenômenos, por meio da razão, foi o primeiro passo para se fazer ciência. Mas o que é ciência afinal?

Antes de chegar a alguma concepção sobre o que vem a ser ciência primeiramente analisaremos algumas concepções que possa fornecer dados relevantes para a elaboração de uma definição sobre o que vem a ser ciência. Iniciarei então com a idéia de Rubem Alves que considera a ciência como uma hipertrofia de capacidades que tosos têm e como uma especialização, um refinamento de potenciais comuns a todos na qual sua aprendizagem é um processo de desenvolvimento do senso comum.

A ciência é uma especialização, um refinamento de potenciais comuns a todos. [...] é a hipertrofia de capacidades que todos têm. Isto pode ser bom, mas pode ser muito perigoso. Quanto maior a visão em profundidade, menor a visão em extensão. A tendência da especialização é conhecer cada vez mais de cada vez menos [...] a aprendizagem da ciência é um processo de desenvolvimento progressivo do senso comum. Só podemos ensinar e aprender partindo do senso comum de que o aprendiz dispõe (Rubem: 1981, p. 12).

Entende-se por senso comum o conhecimento adquirido pelas pessoas através do convívio social com outros indivíduos (o senso comum advêm das múltiplas relações entre os familiares, os amigos, na rua e até mesmo na escola) de onde é extraído o conhecimento científico conforme expressa a citação abaixo.

Senso comum é aquilo que não é ciência [...] a ciência é uma metamorfose do senso comum. Sem ele, ela não pode existir. (Rubem: 1981, p. 14)

A diferença entre o senso comum e o conhecimento científico é que o senso comum é formado por sentimentos, desejos e misticismo já, o conhecimento científico, é formado através da razão e de forma metodologicamente rigorosa procurando excluir, do seu contexto, as emoções, as crenças religiosas e os desejos do homem. Isto quer dizer que há uma relação entre estes conhecimentos, pois se pode observar uma continuidade entre o pensamento científico e o senso comum.

Estou tentando mostrar que existe uma continuidade entre o pensamento científico e o senso comum [...].(Rubem: 1981, p. 17).

A comunidade científica pode ter criado a expressão "senso comum" , como uma forma de diferenciar o cientista do cidadão comum, causando uma certa polêmica, mas o que nos interessa é que, atualmente, essa mesma comunidade científica, procura enveredar os caminhos a busca do conhecimento científico para possibilitar um maior avanço da ciência. Isto porque, segundo eles, devemos aprender a inventar soluções novas abrindo portas até então fechadas e a descobrir novas trilhas, devemos procurar a aprender maneiras novas de sobrevivência.

Pessoas que aprendem a inventar soluções novas são aquelas que abrem portas até então fechadas e descobrem novas trilhas. A questão não é saber uma solução já dada, mas ser capaz de aprender maneiras novas de sobreviver (Rubem: 1981, p. 23).

Durante toda a história da humanidade o homem sempre se preocupou em organizar as coisas, seja no trabalho, em casa ou em qualquer outra situação para que se possa fazer as coisas com mais praticidade e qualidade a fim de facilitar nossa vida no dia-a-dia. O mesmo ocorre na ciência, pois os cientistas quando anunciam uma teoria, ele procura mostrar como se processa a ordem das coisas para que se possa formar um modelo representativo da realidade. Esse modelo tem por objetivo a busca de um padrão que possibilite fazer previsões. Isto quer dizer que o homem, através da ciência, busca uma ordem das coisas e que;

A ordem é a primeira inspiração da ciência. Quando um cientista anuncia uma lei ou uma teoria, ela está contando como se processa a ordem, está oferecendo um modelo da ordem. Agora ele poderá prever como a natureza vai se comportar no futuro. É isto que significa testar uma teoria: ver se, no futuro, ela se comporta como o modelo previu. [...] as coisas são nos céus como são no homem. Tudo é um cosmos, ordem [...] (Rubem: 1981, p.27).

Para buscar essa ordem tem-se que observar e criar uma lógica, imaginar uma possível solução para um problema norteador, pois embora a observação ofereça dados para a construção de uma ordem é a imaginação que lapida, dar forma, a uma matéria bruta e uniforme. Analogicamente podemos dizer que;

Sem ordem não há problema a ser resolvido. Porque o problema é exatamente construir uma ordem ainda invisível de uma desordem visível e imediata. [...] a coisa a que os modelos se referem não é dada à observação direta. Eles se referem a uma ordem oculta, invisível. Esta é a razão porque, muito embora a observação ofereça pistas para a sua construção, a imaginação é o artista que dá forma a esta matéria bruta e uniforme. (Rubem: 1981, pp. 28-29).

A busca dessa ordem só pode ocorrer através da inteligência partindo do ponto que se quer chegar para evitarmos erros e tentativas inúteis. Pois,

A inteligência segue o caminho inverso da ação. E é somente isso que a torna inteligência. Começando de onde se deseja chegar, evita-se o comportamento errático e desordenado a que se dá o nome de "tentativa e erro". (Rubem, Alves: 1981, p. 33).

É estranho falar em começar uma busca partindo do final, daquilo que se quer alcançar, principalmente quando se está procurando algo invisível "a ordem". Mas é isso que os cientistas fazem para poderem comprovar ou negar suas teorias, buscam o invisível.

Nós olhamos não para as coisas que são vistas, mas para as coisas que não são vistas. Porque as coisas que são vistas são transitórias, mas as coisas que não são vistas são eternas [...] a ciência se inicia com problemas [...] seu objetivo é descobrir uma ordem invisível que transforme os fatos de enigma em conhecimento. [...] os cientistas só buscam os fatos que são decisivos para a confirmação ou negação de suas teorias (Rubem, Alves: 1981, pp. 39-42).

Partindo da concepção que os cientistas só buscam fatos decisivos para a confirmação ou negação de suas teorias também é necessário saber que só os resultados destas teorias é que permite julgar se a elaboração dos conhecimentos produzidos segue ou não a via segura da ciência como ocorreu com a lógica, a matemática e a física, por exemplo. Pois, o que há de razão nas ciências é algo que é conhecido como a priori. É desse algo que possibilita a razão se referir ao seu objeto de estudo através da determinação deste e do seu conceito ou então pela sua realização. Esse termo a priori corresponde a aquele conhecimento que já possuímos sem tê-lo visto e representado, pois ele existe apenas na mente, abstratamente que, torna possível, antes da realização de um experimento, já existir um plano, uma razão de realizá-lo e, conseqüentemente, uma teoria.

Compreenderam que a razão só entende aquilo que produz segundo os seus próprios planos; que ela tem que tomar a dianteira com princípios, que determinam nos seus juízos segundo leis constantes e deve forçar a natureza a responder às suas interrogações em vez de se deixar guiar por esta; de outro modo, as observações feitas ao acaso, realizadas sem plano prévio, não se ordenam segundo a lei necessária, que a razão procura e de que necessita. (Kant: 1997, p.18).

Isto torna possível dizer que talvez haja uma certa dependência da observação em relação à teoria. Pois como é possível elaborarmos todo um procedimento para prepararmos um laboratório experimental e fazermos uma experiência sem que tenhamos uma idéia do que queremos investigar, por que investigar ou para que investigar? Montar um laboratório é um ato instintivo separado do pensamento, da lógica e da razão? Um indutivista ingênuo acredita que a observação cuidadosa e sem preconceitos produz uma base segura da qual pode ser obtido verdades ou conhecimento científico.

Existem duas suposições importantes na posição indutivista ingênua em relação à observação. Uma é que a ciência começa com a observação. A outra é que a observação produz uma base segura da qual o conhecimento pode ser derivado. (Chalmers: 1929, p. 46).

Mas há quem discorde desta concepção e mostre que estes indutivistas estão equivocados, pois de acordo com a explicação indutivista da ciência, a base segura sobre a qual as leis e teorias que constituem a ciência se edificam é constituída de proposições de observação públicas e não de experiências subjetivas, privadas, de observadores individuais. A explicação indutivista requer a derivação de afirmações universais a partir de afirmações singulares, por indução. Pode-se dizer que experiências perceptivas são acessíveis a um observador, mas proposições de observação não o são. É notório que as proposições de observação como formadora da base da ciência pode ver alguma teoria que precede todas as proposições de observação e que elas são sujeitas a falhas quanto as teorias que pressupõe.

Uma vez que a atenção é focada sobre as proposições de observação como formando a base segura alegada para a ciência pode-se ver que, contrariamente a reivindicação do indutivista, algum tipo de teoria deve preceder todas as proposições de observação e elas são tão sujeitas a falhas quanto as teorias que pressupõem. (Chalmers: 1929, p. 53).

Assim, o relato indutivista ingênuo da ciência foi solapado pelo argumento de que as teorias devem preceder as proposições de observação, então é falso afirmar que a ciência começa pela observação. As proposições de observação são tão sujeitas à falhas quanto às teorias que elas pressupõem e, portanto, não formam uma base segura para a construção de leis e teorias científicas. Isto quer dizer que;

A ciência não começa com proposições de observação porque algum tipo de teoria as precede; as proposições de observação não constituem uma base firme na qual o conhecimento científico possa ser fundamentado porque são sujeitas à falhas. Contudo, não quero afirmar que as proposições de observação não deveriam ter papel algum na ciência. Não estou recomendando que todas elas devam ser descartadas por serem falíveis. Estou simplesmente argumentando que o papel que os indutivistas atribuem às proposições de observação na ciência é incorreto. (Chalmers: 1929, p. 58).

Diante do que foi exposto até aqui posso afirmar que a observação depende sim da teoria, pois;

As teorias podem ser, e geralmente são, concebidas antes de serem feitas às observações necessárias para testa-las. (Chalmers: 1929, pp. 60-61)

Na concepção dos falsificacionistas a observação é orientada pela teoria e a pressupõe. Eles abandonam qualquer afirmação que fazem supor que as teorias podem ser estabelecidas como verdadeiras ou como provavelmente verdadeiras a luz da evidência observativa. Para eles as teorias propostas devem ser testadas por observação e por experimentação. Teorias que não passarem nos testes devem ser abandonadas e substituídas por outras.

Uma vez propostas, as teorias especulativas devem rigorosa e inexoravelmente testadas por observação e experimento. Teorias que não resistem a testes de observação e experimentais devem ser eliminadas e substituídas por conjecturas especulativas ulteriores. A ciência progride por tentativa e erro, por conjecturas e refutações. Apenas as teorias mais adaptadas sobrevivem. Embora nunca se possa dizer legitimamente de uma teoria que ela é verdadeira, pode-se confiantemente dizer que ela é melhor disponível, que é melhor do que qualquer coisa que veio antes (Chalmers: 1929, p. 64).

A visão falsificacionista vê a ciência como um conjunto de hipóteses que são experimentalmente propostas com a finalidade de descrever ou explicar o comportamento de algum aspecto do mundo ou do universo. Para eles toda hipótese ou conjunto de hipóteses deve satisfazer para ter garantido o status de lei ou teoria científica. Para fazer parte da ciência uma teoria deve ser falsificável.

O falsificacionista exige que as hipóteses científicas sejam falsificáveis [...] Uma lei ou teoria científica idealmente nos daria alguma informação sobre como o mundo de fato se comporta, eliminando assim as maneiras pelas quais ele poderia (é lógico) possivelmente se comportar [...] (Chalmers: 1929 p. 67).

Até aqui vimos os relatos tradicionais da ciência, do indutivismo e do falsificacionismo que, ao contrário da teoria da ciência deKuhn, que fundou o Relativismo, não realizaram uma tentativa de fornecer uma teoria mais corrente com uma situação histórica. Kuhn faz essa tentativa dando ênfase ao caráter revolucionário do progresso científico, em que uma revolução científica implica no abandono de uma estrutura teórica (paradigma) e sua substituição por outra diferente e incompatível. Ele acreditava que;

Uma ciência madura é governada por um único paradigma. O paradigma determina os padrões para o trabalho legítimo dentro da ciência que governa. Ele coordena e dirige a atividade de "solução de charadas" do grupo de cientistas normais que trabalham em seu interior. A existência de um paradigma capaz de sustentar uma tradição de ciência normal é a característica que distingue a ciência da não-ciência (Chalmers: 1929 p. 125).

Diante de tudo que foi exposto podemos chegar a uma noção do que vem a ser ciência através de algumas concepções aqui abordadas sobre a produção do conhecimento científico. Assim, posso dizer que "ciência" é à busca de ordem através de paradigmas que possibilite conhecer como o mundo se comporta em busca de soluções, por meio da razão, de questões de enigmas que possam ser transformadas em conhecimentos que possibilite novas maneiras de sobrevivência do homem.

Fonte: Webartigos.com

14 comentários:

Claudivan Santiago disse...

Desde que o mundo é mundo o homem se ilude atrás de fórmulas mágicas para resolver os problemas da vida. É como se faltasse sempre algo, e num simples passe de mágica fosse possível preencher todos os vazios, da alma, do corpo e do espírito. Aproveitando-se dessa busca incessante da humanidade por soluções rápidas e menos dolorosas surgem os charlatanistas, pessoas que se detêm a vender saúde, alegria, prosperidade, riqueza, ganho fácil, verdadeiros mercadores da sorte, ou simplesmente ’vendedores de ilusões’. E quase sempre se dão bem, porque o universo dos aflitos é cada vez maior.

No dia a dia é comum ouvir colegas de trabalho, pessoas da família e amigos em geral falando dos novos produtos milagrosos, às vezes um medicamento “natural”, um fórmula dietética e até mesmo pessoas que dizem ter dons especiais de cura e reabilitação. Mas esses “milagres” facilmente encontrados e comercializados a preço de ouro têm na ciência o seu maior inimigo. Ao contrário dos charlatões, os cientistas desafiam o mundo e toda humanidade com suas descobertas e previsões assustadoras, muitas vezes quase apocalípticas. E justamente por ter como base o estudo, a pesquisa, as complexas equações da Matemática e da Física a ciência acaba por se distanciar do cidadão comum, que acaba sendo seduzido pelo charlatanismo, que apresenta a solução e o caminho mais fáceis.

A ciência busca estabelecer conceitos e soluções no campo do conhecimento, para, depois, comprová-los na prática, enquanto os charlatões partem sempre para a prática apostando num resultado que venha a ser cientificamente comprovável. Não há dúvida, portanto, quanto à eficiência da primeira e à falta de conteúdo do segundo.

Aluno: Claudivan Santiago - noturno

Shirley Mendonça Brito disse...

Os jovens de hoje tem a concepção de que, para se tornar um cientista, eles precisam descobrir algo novo. Alguns passam todo o tempo em laboratórios, não sabendo que está partindo das mesmas idéias do senso comum. Para se fazer ciência é necessário uma relação entre o novo e o antigo. É fundamental ter conhecimento dos textos teóricos. Além disso, é importante acompanhar as informações publicadas atualmente sobre o tema que se deseja estudar.
Então, percebe-se que é preciso ter domínio das informações novas e antigas.

Amanda Lavor disse...

Muitas vezes, distinguir e separar a a Ciência do Senso Comum é uma grande dificuldade. Mesmo porque, muitas vezes elas se complementam. Como o próprio autor diz: "Senso comum é aquilo que não é ciência [...] a ciência é uma metamorfose do senso comum. Sem ele, ela não pode existir. (Rubem: 1981, p. 14)"

Acredito que é a não-satisfação com o senso comum que fez a humanidade começar a questionar, a experimentar, a não se contentar com respostas como "porque Deus fez assim" ou "a natureza fez assim".

O surgimento das buscas científicas, da busca pelo fato, pela realidade, aparece quando nos propomos a discordar do senso comum. E por isso ele também é importante.

Porém, acredito que também devemos nos desprender da afirmação de que tudo que é senso comum é mentira ou enganação. Um exemplo é as plantas usadas por tribos indígenas para curar ou remediar doenças. Muitas vezes, essas mesmas plantas são estudadas e se descobrem efeitos reais para elas. Afinal de contas, grande parte dos medicamentos tem seus princípios ativos nas plantas. Então não podemos ignorar o conhecimento desses povos, mesmo que não tenham sido comprovados cientificamente.

O fato é que, para distinguir realmente o senso comum da ciência, tudo deve ser analisado criticamente e cientificamente, mas sem excluir a hipótese de que o objeto de estudo pode ser verdadeiro ou falso.

Luciana da Silva Lopes disse...

Acredito que o conhecimento e a convivência social entre os familiares e os amigos multiplicam relações entre a sabedoria e os sentimentos adquiridos pelo senso comum.E a ausência dessa crença poderá até dificultar o estudo da ciência.
Ao contrário desses sentimentos alcançados a ciência embasa nessa facilidade científica do conhecimento popular.Porém a necessidade dos conhecimentos já existentes permite a construção de uma ordem e a imaginação que dar forma mais complexa.

Evelin disse...

O texto “O que é ciência afinal?” já começa com uma grande verdade: a de que o homem iniciou há muito tempo uma jornada em busca de conhecimento para buscar possíveis soluções para problemas do dia-a-dia. O homem é mesmo um ser complexo. Questionador, está sempre em busca de novidades. Curioso, quer saber de onde vem, do que é feito e para quê serve. Isso desde que o mundo é mundo. Sendo assim, como ele (o homem) poderia se contentar com as explicações místicas e mitológicas?! Impossível...

O fato é que a partir daí o homem quis ir mais a fundo para encontrar explicações mais racionais para os fenômenos da vida. Eis que surge a ciência, e com ela mais um problema para o nosso “homem complexo”: a definição desta pequena, porém enigmática palavra, ciência.
Para tanto o autor confrontou com o significado de ciência, o significado de senso comum, de forma que não podemos ignorá-lo. Segundo o texto, senso comum é o conhecimento adquirido pelas pessoas através do convívio social com outros indivíduos, e foi um termo que pode ter sido criado pelos cientistas para diferenciar o cientista do cidadão comum. Os termos, que em nossa forma de pensar são tão opostos, são colocados no texto de maneira tão próxima que me surpreendeu. Mas, ao acompanhar o raciocínio, concordei com o trecho “Senso comum é aquilo que não é ciência [...] a ciência é uma metamorfose do senso comum. Sem ele, ela não pode existir. (Rubem: 1981, p. 14)”.

Evelin disse...

É claro que os cientistas buscam novos, conhecimentos, novas soluções e novas formas de sobrevivência. Mas eles precisam de uma ideia, de um problema, de uma dúvida, para aí sim ir em busca das respostas, certo? Nesse aspecto o senso comum é de extrema importância. Exemplo: os caçadores de mitos. São pessoas (não sei se são cientistas, devem ser. Peço desculpas pela ignorância) que partem de crendices e superstições – muitas delas bem populares – para comprovar, ou não, algum fenômeno. Não que as coisas precisem, necessariamente, partir do senso comum para se tornar ciência, mas a importância destas “crenças” é inegável.

A mistura de conceitos de ciência que é exposta no texto é interessante. Traz teses relevantes de grupos distintos sobre a observação e a teoria na construção da ciência e/ou das leis científicas. Indutivistas acreditando que a ciência começa com a observação, em uma posição, e que as proposições da observação não são uma base firme para a ciência, em outra. Falsificacionistas acreditando que a observação é orientada pela teoria e que teorias que não passam pelo teste da observação devem ser abandonadas ou substituídas.

Evelin disse...

Confesso que não conhecia essas opiniões (e mais uma vez me desculpem pela ignorância). Já tinha ouvido falar de teoria, observação e proposições, lógico. Mas não dessa forma. Sobre isso o que posso dizer (digitar, né?!) é que de certa forma ambos fazem sentido. A ciência pode começar com a observação e, sim, as observações podem não ser uma base firme para a ciência no final das contas. A observação pode ser orientada pela teoria, e se essa teoria não for validada pela observação é compreensível que ela seja descartada ou substituída. Tudo em prol da tal ordem da ciência, palavra que é muito bem definida no final do texto do especialista, Adriano Alves: “'ciência' é à busca de ordem através de paradigmas que possibilite conhecer como o mundo se comporta em busca de soluções, por meio da razão, de questões de enigmas que possam ser transformadas em conhecimentos que possibilite novas maneiras de sobrevivência do homem.”

Aqui quem se expõe é uma leiga, que, por esse motivo, pode incorrer em erro. Mas, pelo que li, foi o que entendi, e foi o que pensei. E como típica comunicadora escrevi muito, mas ainda há algo por escrever porque não pode deixar de ser escrito.

Evelin disse...

Na aula passada, no dia 12 de fevereiro de 2010, discutimos o texto “Como o charlatanismo vende”, que tratava dos “vendedores de sonhos”, que enganam as pessoas com tratamentos de doenças milagrosos, não reconhecidos cientificamente. Como coloquei no início, o homem tem uma necessidade imensa de descobrir, de entender, de “curiar”. E daí veio a ciência e lá vai caractereres...

O que vejo aí é: da mesma forma que o homem precisa buscar explicações racionais para as coisas, eles também precisam das crenças e das explicações que tendem para o emocional. Não é meu objetivo aqui defender pessoas sem escrúpulos que se utilizam da fé alheia para se dar bem. Não é isso. Pessoas assim deveriam ser punidas. Mas é bem verdade que as pessoas, de uma forma geral, precisam, muitas vezes, acreditar em “milagres”. E esses “milagres” podem, em alguns casos, dar certo. Tudo é muito relativo. A maldade, assim como o desejo humano de conhecer, existe desde que o mundo é mundo. Fato. Entre senso comum e ciência, a importância deve ser reconhecida para ambos. Assim como o lado ruim. Afinal, assim é o nosso “homem complexo”.

Ana Gabriela Oliveira disse...

O homem está sempre em busca de respostas para explicar os por quês da vida. Como solução existem dois meios difícil de distinguir e separar: o senso comum e a ciência. Que de acordo com o autor um não pode existir sem o outro. Porém, é mais confiável aquilo que é comprovado científicamente, que é baseado em estudos e testes.Já o senso comum é um conhecimento que se ouve dizer, portanto é algo incerto, pode haver falha.
É partindo dessa idéia do senso comum que os cientístas estudam para buscar uma resposta.Logo, eles realmente se completam.

Unknown disse...

A palavra ciência é tão complexa quanto o ser que a busca, o ser humano. Ela nasce com o questionamento do homem, que não se contentando em explicar as coisas por meios religiosos e misticismo, vai a busca além das emoções e crenças, é aí que a razão fala alto. A ciência tem por base a ordem, a observação, não a subjetiva, mas a coletiva. O senso comum forma parte da ciência, mas o autor mostra a diferença entre elas também, a segunda é metamorfose da primeira. Eis que ciência é o que está engajado em nós seres humanos mortais, nos é inerente esse contínuo questionamento, essa busca por uma ordem de tudo. Ciência é a fome do saber, é a procura incessante pelo melhoramento do dia a dia dos indivíduos.

Amanda Lopes disse...

Ciência é a busca e a comprovação de questionamentos feitos pelo senso comum, por meio de pesquisas científica onde há progresso por meio das tentativas e erros. Porém desde o início dos experimentos, o homem já tem que ter um objetivo a ser alcançado, ou seja, será a busca pelo o que se esperar no final.
Por este motivo no final do texto, o autor afirma que “ciência é a busca de ordem através de paradigmas que possibilite conhecer como o mundo se comporta em busca de soluções, por meio da razão, de questões de enigmas que possam ser transformadas em conhecimentos que possibilite novas maneiras de sobrevivência do home.
Então, a ciência pode ser a explicação de diversos questionamentos da humanidade.

Marcos Lopes disse...

São muitos os questionamentos quanto o que venha ser ciência. A ciência é o resultado de algo que foi estudado e comprovado cientificamente, deixando apenas de ser embasado de forma impírica. Porém para se chegar ao resultado = ciência foi preciso vários estudos já com os objetivos traçados, nada é feito ao acaso.
O senso comum deixa de existir para alguns que acreditam em estudos científicos e dar lugar a comprovações reais de anos de estudos e experimentos dos quais são chamados de CIENCIA onde o homem buscou a explicação para diversas perguntas da humanidade.

Marcos Lopes

Julciara Abreu disse...

O que é ciência afinal,
Como o texto mesmo diz que “durante muito tempo o homem iniciou uma jornada em busca do conhecimento para buscar possíveis respostas a certas questões referentes a problemas do seu dia-a-dia”. Supõe que exista uma única categoria definida como ciência e implica que várias áreas do conhecimento, se encaixam ou não nessa categoria. Não sei como se poderia estabelecer ou defender uma caracterização tão geral da ciência.
Grandes estudiosos da área dizem que não têm recursos que os habilitem a legislar a respeito dos critérios que precisam ser satisfeitos para que uma área do conhecimento seja considerada aceitável ou cientifica. Rubem Alves menciona que “ciência é uma especialização, um refinamento de potenciais comuns a todos”. Essa definição vai de encontro ao considerado senso comum.
Toda área do conhecimento da ciência é analisada pelo que é. Ou seja, podemos tentar descobrir quais seriam seus objetivos – que podem ser diferentes daquilo que geralmente se consideram ser seus objetivos, e podemos investigar os meios usados para conseguir estes objetivos e o grau de sucesso conseguido.
Desse ponto de vista, podemos acreditar que a ciência busca o conhecimento para descobrir o desconhecido.

Cássia Graciano disse...

O texto mostra que o homem encontrou na ciência respostas para as dúvidas que surgem no dia-a-dia. E apresenta ainda uma analogia ao Senso Comum que nada mais é do que um conhecimento conquistado através do convívio com outras pessoas, que pode ser passado de pai para filho e que geralmente é baseado em emoções e crenças.
O texto também orienta como realizar uma pesquisa bem sucedida e que a ordem é o principio, pois uma pesquisa bem organizada possibilita que outras pessoas usem essas pesquisas como base para novas descobertas. Mesmo com a evolução da ciência sempre sugem novas questões que precisam ser explicadas, a exemplo disso estão as doenças.
O texto é confuso e cansativo além de não se encaixar nos padrões determinados no Pequeno Manual de Divulgação Científica (Cássio Leite Vieira) que orienta que o autor escreva primeiro o mais importante para prender a atenção do leitor. E lendo esse texto concordei com o Cássio Vieira, pois deu vontade de parar no meio do texto e então eu nunca saberia a resposta da pergunta que virou título do texto.