quarta-feira, 29 de julho de 2009

COMO O CHARLATANISMO VENDE


Por William T. Jarvis, Ph.D. & Stephen Barrett, M.D.

Os charlatães modernos são vendedores fantásticos. Jogam com o medo. Fornecem esperança. E depois que te fisgam, farão você voltar por mais . . . e mais . . . e mais. Raramente suas vítimas percebem quantas vezes ou quão habilmente elas são enganadas. A mãe que se sente bem ao dar ao seu filho um comprimido de vitamina já pensou em perguntar para si mesma se ele realmente precisa disso? Assinantes das publicações de "alimentos naturais" percebem que os artigos estão inclinados a estimular os negócios para seus anunciantes? Normalmente não.

A maioria das pessoas acha que o charlatanismo é fácil de se identificar. Mas não é. As pessoas que o promovem vestem o manto da ciência. Usam termos e citações (ou distorções de citações) de referências científicas. Em programas de entrevistas, podem ser apresentados como "cientistas à frente de seu tempo". A própria palavra "charlatão" auxilia em sua camuflagem por nos fazer pensar em um personagem bizarro vendendo ungüentos, garrafadas, tônicos em cima de uma carroça -- e, é claro, nenhuma pessoa inteligente compraria esses produtos nos dias de hoje, compraria?

Bem, talvez, garrafadas não estejam vendendo muito bem, ultimamente. Mas e a acupuntura? E os alimentos "orgânicos"? E o desodorante bucal? E a análise do cabelo? E o último livro de regime? E as megavitaminas? E as "fórmulas para combater o estresse"? E os chás que baixam o colesterol? E os remédios homeopáticos? E as "curas" da AIDS pela nutrição? Ou as injeções que lhe dão "energia"? Os negócios estão prosperando para os charlatães da saúde. Suas rendas anuais estão na casa dos bilhões! Redutores de manchas, "estimuladores imunológicos", purificadores d'água, "ajudas ergogênicas", sistemas para "equilibrar a química corporal", dietas especiais para artrite. A lista de produtos é interminável.

O que vende não é a qualidade de seu produtos, mas a habilidade para influenciar seu público. Para aqueles que sentem dor, eles prometem alívio. Para os incuráveis, oferecem esperança. Para os preocupados com a nutrição, eles dizem, "Assegure-se de ter o suficiente". Para um público preocupado com a poluição, eles dizem, "Compre produtos naturais". Para todos, prometem uma saúde melhor e uma vida mais longa. Os charlatães modernos tocam as pessoas emocionalmente. Este artigo mostra de que maneira eles fazem isto.

Apelos à Vaidade

Uma atraente e jovem comissária de bordo disse uma vez a um médico que ela estava tomando mais de 20 comprimidos de vitaminas por dia. "Costumava me sentir meio por baixo o tempo todo", afirmou, "mas agora me sinto bem mesmo!"

"Sim ", o médico respondeu, "mas não existe nenhuma evidência científica de que doses extras de vitaminas possam fazer isso. Por que você não toma os comprimidos um mês e pára no outro, para ver se eles realmente ajudam você ou se foi apenas uma coincidência? Afinal, 300 dólares por ano é muito dinheiro para se jogar fora".

"Veja, doutor", disse ela. "Tanto faz o que o senhor diz. EU SEI que os comprimidos estão me ajudando".

Como foi que esta jovem inteligente se converteu em uma crente fiel? Em primeiro lugar, um apelo a sua curiosidade a convenceu a experimentar. Então um apelo a sua vaidade a convenceu a menosprezar a evidência científica em favor da experiência pessoal -- para pensar por ela mesma. A idéia de suplementação alimentar é reforçada pelo conceito distorcido da individualidade bioquímica -- de que todas as pessoas são únicas o suficiente para menosprezar a Ingestão Diária Recomendada (as IDRs). Os charlatães não dizem que os cientistas deliberadamente estabelecem as IDRs altas o suficiente para superar as diferenças individuais. Um apelo deste tipo, só que mais perigoso, é a sugestão de que apesar de um remédio para uma doença grave pareça não funcionar para outras pessoas, ainda pode funcionar para você. (Você é extraordinário!)

Um apelo mais sutil a sua vaidade aparece na mensagem dos anúncios charlatanescos da TV: Faça você mesmo -- seja seu próprio médico. "Alguém aqui já teve 'sangue cansado?'", perguntava. (Mas, não se dê ao trabalho de descobrir o que está errado com você. Só experimente meu tônico.) "Preocupado com a irregularidade?" ele pergunta. (Não dê atenção aos médicos que dizem que você não precisa de uma atividade intestinal diária. Apenas use meu laxante.) "Quer matar os germes que estão em contato com sua pele?" (Tudo bem que os antissépticos bucais não previnem resfriados.) "Problemas para dormir?" (Não se dê ao trabalho de resolver o problema de base. Só experimente meu sedativo.)

Transformando Compradores em Vendedores

A maioria das pessoas que crêem ter sido auxiliadas por um método não ortodoxo gostam de compartilhar suas histórias de sucesso com os amigos. As pessoas que dão tais testemunhos são normalmente motivadas por um desejo sincero de ajudar seus semelhantes. Raramente elas percebem como é difícil avaliar um "medicamento" tendo como base suas experiências pessoais. Assim como a comissária, a pessoa comum que se sente melhor depois de tomar um produto não será capaz de excluir a coincidência -- ou o efeito placebo (sente-se melhor porque acha que deu um passo positivo). Uma vez que tendemos a acreditar naquilo que os outros nos dizem por experiência pessoal, os testemunhos podem ser armas poderosas de persuasão. Apesar de não serem confiáveis, os testemunhos são a base do sucesso dos charlatães.

Empresas de multinível, que vendem produtos nutricionais sistematicamente transformam seus compradores em vendedores. "Quando você compartilha nossos produtos," diz o manual de vendas de uma dessas empresas, "você não está apenas vendendo. Você está transmitindo notícias sobre produtos nos quais acredita para pessoas que são importantes para você. Faça uma lista das pessoas que conhece, você irá se surpreender como ela pode ser longa. Esta lista é sua primeira fonte de compradores em potencial". Um líder em vendas de outra companhia sugere: "Responda a todas objeções com testemunhos. Eis o segredo para motivar as pessoas!"

Não se surpreenda se algum dos seus amigos ou vizinhos tentarem lhe vender vitaminas. Só nos EUA existem mais de um milhão de pessoas que se filiaram a distribuidores multinível. Como muitos viciados em drogas, eles se tornam fornecedores para sustentar seus hábitos. Um chavão típico de vendedor é mais ou menos assim: "Você não gostaria de ter uma aparência melhor, sentir-se melhor e ter mais energia? Experimente minhas vitaminas por algumas semanas". As pessoas normalmente têm altos e baixos e a demonstração de interesse ou a sugestão de um amigo, ou o pensamento de estar dando um passo positivo, podem de fato fazer uma pessoa se sentir melhor. Muitas das pessoas que experimentam vitaminas pensarão erroneamente que foram ajudadas -- e continuarão a comprar as vitaminas, normalmente por altos preços.

O Uso do Medo

A venda de vitaminas se tornou tão lucrativa que algumas empresas outrora respeitáveis estão promovendo vitaminas com alegações enganosas. Por exemplo, por muitos anos, Lederle Laboratories (fabricante da Stresstabs) e Hoffmann-La Roche anunciaram nas principais revistas que o estresse "rouba" vitaminas do corpo e cria um sério risco de deficiência vitamínica.

Outra maneira esperta para o charlatanismo atrair compradores é a doença inventada. Virtualmente todo mundo tem sintomas de algum tipo-- dores e indisposições, reações ao estresse ou variações hormonais, efeitos do envelhecimento, etc. Rotular esses altos e baixos da vida como sintomas de doenças possibilita ao charlatão oferecer um "tratamento".

Alimentos seguros e proteção do meio-ambiente são assuntos importantes na nossa sociedade. Mas ao invés de abordá-los logicamente, os charlatães da alimentação exageram ou simplificam demais. Para promover alimentos "orgânicos", agrupam todos os aditivos em uma classe e atacam todos como "venenosos". Nunca mencionam que as substâncias tóxicas naturais são evitadas ou destruídas pela tecnologia alimentar moderna. Tampouco revelam que muitos aditivos são substâncias que existem na natureza.

O açúcar tem sido objeto de um ataque particularmente maldoso, sendo (falsamente) responsabilizado por muitas das doenças do mundo. Mas os charlatães fazem mais que alertar sobre doenças imaginárias. Eles vendem "antídotos" para as verdadeiras. Precisa de alguma vitamina C para reduzir os malefícios do fumo? Ou alguma vitamina E para combater os poluentes do ar? Procure seu supervendedor local.

A forma mais grave de charlatanismo do vendedor-aterrorizador tem sido o ataque à colocação de flúor n'água. Apesar da segurança da fluoretação estar estabelecida sem dúvida científica, campanhas bem planejadas para amedrontar têm influenciado milhares de comunidades a não corrigirem a concentração de flúor de suas águas para prevenir cáries. Em conseqüência milhões de crianças inocentes estão sofrendo.

Esperança à Venda

Desde a antiguidade, as pessoas procuram por pelo menos quatro poções mágicas diferentes: a poção do amor, a fonte da juventude, a cura para tudo e a super-pípula atlética. O charlatanismo sempre esteve disposto a realizar estes desejos. Costumavam oferecer chifre de unicórnio, elixires especiais, amuletos e infusões mágicas. Os produtos de hoje são as vitaminas, pólen de abelha, ginseng, Gerovital, pirâmides, "extratos glandulares", tabelas de biorritmo, aromaterapia e muito mais. Mesmo produtos respeitáveis são promovidos como se fossem poções. Cremes dentais e colônias melhoram sua vida amorosa. Loções capilares e produtos para pele nos farão parecer "mais jovens do realmente somos". Atletas olímpicos nos dizem que cereais no café da manhã nos farão campeões. E jovens modelos nos afirmam que os fumantes são sexy e divertidos.

A falsa esperança para doentes graves é a forma mais grave de charlatanismo porque pode afastar as vítimas para longe do tratamento eficaz. Contudo, mesmo quando a morte é inevitável, a falsa esperança pode fazer um grande estrago. Os especialistas que estudam o processo da morte afirmam que a reação inicial é o choque e a descrença, mas a maioria dos pacientes terminais se ajustarão muito bem desde que não se sintam abandonados. As pessoas que aceitam a realidade de seu destino não apenas morrem psicologicamente preparadas, mas também podem deixar seus negócios em dia. Por outro lado, aquelas que compram falsas esperanças podem ficar presas a uma atitude de negação. Desperdiçam não apenas recursos financeiros mas o pouco do tempo que lhes resta.

Truques Clínicos

A característica mais importante à qual podemos atribuir o sucesso dos charlatães provavelmente é sua habilidade para aparentar confiança. Mesmo quando admitem que um método não é comprovado, podem tentar minimizar isto mencionando o quanto é caro e difícil para conseguir nos dias de hoje com que algo seja comprovado, de modo a satisfazer as exigências do FDA. Se eles aparentarem auto-confiança e entusiasmo, é provável que seja contagioso e espalhe para os pacientes e seus entes queridos.

Devido ao fato de as pessoas gostarem da idéia de fazer escolhas, os charlatães freqüentemente se referem aos seus métodos como "alternativos". Corretamente empregado, pode se referir à aspirina e ao Tylenol (paracetamol) como alternativas para o tratamento de dores mais leves. Ambos provaram que são seguros e eficazes para o mesmo propósito. Lumpectomia pode ser uma alternativa a mastectomia radical para o câncer de mama. Ambos possuem registros verificáveis de segurança e eficácia dos quais julgamentos podem ser extraídos. Um método que é inseguro, ineficaz ou não comprovado pode ser uma alternativa genuína para aqueles que são comprovados? Obviamente que não.

Os charlatães nem sempre se limitam a tratamentos ilegítimos. Algumas vezes também oferecem um tratamento legítimo -- o charlatanismo é promovido como algo extra. Um exemplo é o tratamento "ortomolecular" das desordens mentais com altas doses de vitaminas em adição a formas ortodoxas de tratamento. Os pacientes que recebem o tratamento "extra" freqüentemente se convencem que precisam tomar vitaminas para o resto de suas vidas. Tais conseqüências são inconsistentes com os objetivos da boa assistência médica que deve desencorajar tratamentos desnecessários. Outro truque esperto é incluir seus produtos ou procedimentos em uma lista com práticas de outra forma comumente aceitas de modo a promovê-los por associação. Podem dizer, por exemplo que seus métodos funcionam melhor quando combinados com mudanças no estilo de vida (que, muito freqüentemente, produzirá benefícios tangíveis).

A moeda de um lado só é um truque parecido. Quando os pacientes com tratamentos combinados (ortodoxo e charlatão) melhoram, o remédio do charlatão (por ex. o laetrile) leva o crédito. Se os coisas vão mal, o paciente é informado que chegou tarde demais e o tratamento convencional leva a culpa. Alguns charlatães que misturam tratamentos comprovados e não comprovados chamam sua abordagem de terapia complementar ou integrativa.

Os charlatães também capitalizam sobre os poderes naturais de cura do corpo levando crédito sempre que possível pela melhora nas condições do paciente. Uma empresa de multinível -- ávida em evitar problemas legais pela comercialização de seus preparados de ervas -- não faz absolutamente nenhuma alegação. "Você usa o produto," sugere um porta-voz no vídeo de apresentação da empresa, "e me diga o que ele fez por você". Uma jogada oposta -- transferência da culpa -- é utilizada por muitos charlatães do câncer. Se seu tratamento não funciona, é devido a radiação e/ou quimioterapia terem "nocauteado o sistema imunológico".

Outro truque de venda é a utilização de evasivas. Os charlatões freqüentemente usam esta técnica ao sugerir que um ou mais itens em uma lista é a razão para suspeitar que você pode ter uma deficiência de vitaminas, uma infecção por fungos, ou por qualquer outra coisa para a qual eles estejam oferecendo uma cura.

A renúncia é uma tática parecida. Ao invés de prometerem curar sua doença específica, alguns charlatães oferecerão "limpar" ou "desintoxicar" seu corpo, equilibrar sua química, liberar a "energia dos nervos", deixá-lo em harmonia com a natureza, ou fazer outras coisas para "auxiliar o corpo a se curar". Este tipo de renúncia serve a dois propósitos. Uma vez que é impossível medir os processos que charlatão descreve, é difícil provar que ele está errado. Além disso, se o charlatão não é um médico, o uso de terminologia não médica pode ajudar a evitar processos pelo exercício ilegal da medicina.

Os livros que expõem práticas não científicas tipicamente sugerem que o leitor consulte um médico antes de seguir seus conselhos. Este tipo de declaração tem a intenção de proteger o autor e o editor da responsabilidade legal por qualquer idéia perigosa contida no livro. Contudo, tanto o autor como o editor sabem muito bem que a maioria das pessoas não irá perguntar a seus médicos. Se elas quisessem o conselho de seus médicos, provavelmente não estariam lendo o livro.

Algumas vezes o charlatão diz, "Você pode ter me procurado tarde demais, mas vou tentar fazer o melhor para ajudá-lo". Desse modo, se o tratamento falhar, você terá somente a si mesmo para culpar. Os pacientes que enxergam a luz e abandonam o tratamento do charlatão podem também ser responsabilizados por pararem cedo demais.

A "garantia do dinheiro de volta" é um dos truques favoritos dos charlatões que utilizam a venda por mala direta pelo correio. A maioria não tem nenhuma intenção em devolver qualquer dinheiro -- mas mesmo aqueles que estão dispostos, sabem que poucas pessoas se darão ao trabalho de devolver o produto.

Outro forma poderosa de persuasão -- resultado sem esforço -- é padrão nos anúncios que prometem perda de peso sem sacrifícios. Também é a isca dos vendedores de telemarketing que prometem um "valioso prêmio grátis" como bônus na compra de um purificador de água, um suprimento de seis meses de vitaminas ou algum outro produto nutricional ou de saúde. Entre aqueles que mordem a isca, ou não recebem nada ou recebem itens que valem muito menos que seu custo. Os compradores que utilizam cartões de crédito também podem encontrar cobranças não autorizadas em suas contas.

Outra técnica potente é a associação cultural, na qual os promotores se unem a religiosos ou a outras crenças culturais associando seus produtos ou serviços a um artigo de fé ou cultural de seu público alvo.

Em uma luta pela satisfação do paciente, a arte vencerá a ciência quase todas as vezes. Os charlatães são mestres na arte de prover assistência à saúde. O segredo dessa arte é fazer o paciente acreditar que ele é importante como pessoa. Ao fazer isto, o charlatão transborda amor abundantemente. Uma maneira de se fazer isto é ter recepcionistas tomando notas dos interesses e preocupações dos pacientes de maneira a recordá-lo durante visitas futuras. Isto faz com cada paciente se sinta especial de uma maneira muito particular. Alguns charlatães até mesmo enviam cartões de aniversário para cada um de seus pacientes. Apesar de táticas sedutoras poderem levantar psicologicamente os pacientes, podem também encorajar super-confiança em uma terapia inapropriada.

O psicólogo Anthony R. Pratkanis, Ph.D., identificou nove estratégias usadas para vender crenças e práticas pseudocientíficas [Pratkanis AR. How to sell a pseudoscience, Skeptical Inquirer 19(4):19­25, 1995.]. Elas incluem a montagem de objetivos fantasmas (como saúde melhor, paz mental ou melhorar a vida sexual), fazer declarações que tendem a inspirar confiança ("apoiado por mais de 100 estudos") e promover absurdos (associações orgulhosas e a menos disso sem sentido de pessoas que compartilham rituais, crenças, jargões, objetivos, sentimentos, informações especializadas e "inimigos"). Grupos de venda de multinível, cultuadores da nutrição e cruzadas para tratamentos "alternativos" encaixam-se muito bem nesta descrição.

Lidando com a Oposição

Os charlatães estão em uma luta constante com os prestadores legítimos de assistência médica, cientistas do mainstream, agências reguladoras do governo e grupos de defesa do consumidor. Apesar da força desta posição baseada na ciência, os charlatães dão um jeito de prosperar. Para manter sua credibilidade, os charlatães utilizam uma variedade de truques inteligentes de propaganda. Eis alguns dos favoritos:

"Eles perseguiam Galileu!" A história da ciência é marcada por momentos em que grande pioneiros e suas descobertas foram recebidos com resistência. Harvey (a natureza da circulação sangüínea), Lister (técnicas de antissepsia) e Pasteur (a teoria dos germes) são exemplos notáveis. O charlatão de hoje garante descaradamente que é mais um exemplo de alguém à frente de seu tempo. Um exame mais cuidadoso, entretanto, mostrará como isto é improvável. Em primeiro lugar, os pioneiros de antigamente que foram perseguidos viveram em épocas muito menos científicas. Em alguns casos, as oposições a suas idéias originavam-se de forças religiosas. Em segundo lugar, é um princípio básico do método científico que o ônus da prova cabe aos proponentes de uma alegação. As idéias de Galileu, Harvey, Lister e Pateur derrotaram seus opositores porque a solidez de suas idéias pode ser demonstrada.

Um truque parecido, e que é um dos favoritos entre os charlatães do câncer, é a acusação de "conspiração". Como podemos ter certeza de que a Associação Médica Americana (AMA), o FDA, a Sociedade Americana do Câncer e outras entidades não estão envolvidas em alguma trama monstruosa para esconder do público a cura do câncer? Para começar, a história não revela nenhuma prática parecida no passado. A eliminação de doenças graves não é uma ameaça para profissão médica -- os médicos prosperam por eliminar as doenças, não por manter as pessoas doentes. Também deve ser claro que a moderna tecnologia médica não alterou o empenho dos cientistas para eliminar as doenças. Quando a pólio foi erradicada, os pulmões de ferro se tornaram virtualmente obsoletos, mas ninguém se opôs a este avanço porque forçaria os hospitais a mudarem. Tampouco cientistas da área médica lamentarão a eventual derrota do câncer. Além disso, como uma conspiração que escondesse a cura para o câncer poderia ter sucesso? Muitos médicos morrem de câncer todo ano. Você acredita que a grande maioria dos médicos conspirariam para esconder a cura para uma doença que afeta a eles mesmos, a seus colegas e a seus entes queridos? Para ser eficaz, uma conspiração teria de ser mundial. Se o laetrile, por exemplo, realmente funcionasse, muitos cientistas de outras nações rapidamente perceberiam.

Alegações de "repressão" são utilizadas para vender publicações bem como tratamentos. Muitos autores e editores dão a entender que oferecem informações sobre as quais seu médico, a AMA e/ou agências do governo "não querem que você saiba".

O charlatanismo organizado retrata sua oposição à ciência médica como um conflito filosófico ao invés de um conflito sobre métodos comprovados versus não comprovados ou fraudulentos. Isto cria a ilusão de uma "guerra santa" ao invés de um conflito que poderia ser resolvido pelo exame dos fatos. Outra tática divergente é acusar que os críticos do charlatanismo são preconceituosos ou que foram subornados pela indústrias farmacêuticas.

Os charlatães gostam de fazer a acusação de que "a ciência não tem todas as respostas." É verdade, mas a ciência não alega ter. Ao contrário, é um processo racional e responsável que pode responder muitas perguntas -- incluindo se procedimentos são seguros e eficazes para um determinado propósito. É o charlatanismo que constantemente alega ter as respostas para doenças incuráveis. A idéia de que as pessoas buscam os remédios dos charlatães, quando se decepcionam pela inabilidade da ciência de controlar uma doença é irracional. A ciência pode não ter todas as respostas, mas o charlatanismo não tem resposta alguma! Ele toma o seu dinheiro e corta o seu coração.

Muitos tratamentos propostos pela comunidade científica mostraram mais tarde serem inseguros ou inúteis. Tais fracassos se tornam o alvo preferido das investidas contra a ciência por parte dos relações-públicas do charlatanismo organizado. Na verdade, "fracassos" refletem um elemento chave da ciência: sua disposição para testar seus métodos e crenças e abandonar aqueles que mostraram ser inválidos. Os verdadeiros cientistas da área médica não tem nenhum compromisso filosófico a uma abordagem terapêutica em particular, apenas um compromisso em desenvolver e utilizar métodos que sejam seguros e eficazes para um determinado propósito. Quando um remédio charlatanesco é reprovado em um teste científico, seus proponentes simplesmente rejeitam o teste.

Cada um desses truques representam uma técnica básica chamada desorientação -- análoga a que mágicos fazem para desviar a atenção da platéia do que é importante de modo a enganá-la. Quando deparam com uma crítica que eles não podem enfrentar, os charlatães simplesmente mudam de assunto.

Como Não Ser Enganado

A melhor maneira para não ser enganado é ficar longe dos trapaceiros. Infelizmente, nas questões da saúde, isto não é uma tarefa fácil. O charlatanismo não é vendido com um rótulo de advertência. Além disso, a linha que divide aquilo que é charlatanismo daquilo que não é charlatanismo, não é nítida. Um produto que é eficaz em uma situação pode ser parte de um esquema charlatanesco em outra. (O charlatanismo está na promessa, não no produto.) Os profissionais que utilizam métodos eficazes também podem utilizar os ineficazes. Por exemplo, podem misturar conselhos importantes para parar de fumar com conselhos infundados para tomar vitaminas. Mesmo charlatães completos podem aliviar algumas doenças psicossomáticas com sua conduta tranqüilizadora.

Este artigo ilustra como os adeptos do charlatanismo estão vendendo a si mesmos. É triste dizer que, na maioria das disputas entre os charlatães e as pessoas comuns, os charlatães provavelmente ainda estão vencendo.


***
A maior parte desse artigo é uma modificação do livro The Health Robbers: A Close Look at Quackery in America, editado por Stephen Barrett, M.D. e William T. Jarvis, Ph.D. Texto publicado originalmente em http://geocities.com/quackwatch/charlvende.html


Fonte: http://www.geocities.com/saudeinfo/vende.htm

26 comentários:

prof. Solange disse...

teste

Jusciléia Santos disse...

O texto aborda o que tem sido mostrado constantemente na mídia, pois, as pessoas procuram fórmulas milagrosas para manter um corpo perfeito, uma mente perfeita, quando na verdade uma simples reeducação alimentar, acompanhada por um especialista, resolveria o problema. Porém, a rapidez prometida pelos remédios faz com que o indivíduo prefira atravessar a porta mais larga à estreita trazendo, assim, prejuízos maiores a saúde.

Como citado os charlatães não se preocupam em resolver um problema, pensam sim, no lucro que irão obter. A vaidade tem excedido os padrões aceitáveis, no Jornal Nacional (Rede Globo) mostrou que o bronzeamento artificial tem sido procurado por aquelas pessoas que sentem vergonha da pele clara, fazendo com que estas se exponham horas a raios ultravioletas, que consequentemente causam danos a pele, como o câncer.

É necessário que se crie uma consciência para que todos percebam, que para se ter um corpo perfeito não é necessário tomar medidas que se tornarão, provavelmente, catastróficas, e sim, se preocupar em cuidar da saúde, mesmo que a longo prazo, de maneira consciente e responsável.


Jusciléia Santos Andrade
Turno: Noturno
Professora: Solange

Nayara Young disse...

O texto “Como o charlatanismo vende” convida o leitor para fazer uma reflexão. Houve uma época em que a ascensão da tecnologia invadiu o comportamento das famílias desde a vestimenta até os hábitos alimentares. Essa invasão foi percebida apenas quando o corpo começou a sentir com doenças provenientes de uma má alimentação. Essa carência foi a porta que deu entrada para a “geração saúde”.

A maioria desses indivíduos que recorrem aos “grandes magos” (leia-se charlatães) que prometem uma vida mais saudável já se encontram a níveis de desespero e desesperança praticamente irreversíveis. E os charlatães aproveitam-se dessa fraqueza. Tornam as pessoas dependentes das suas pílulas, mas se isentam das futuras conseqüências num jogo de publicidade que transferem a responsabilidade para o usuário.

São apelos que jogam com o emocional. Apelos e comprimidos casados com palestras de auto-ajuda que te ensinam a ter uma vida mais “feliz”. O jornalismo que joga a favor desses “profetas da boa nova” funciona como uma pré-venda dos produtos. A reportagem sobre o mosquito transmissor da dengue, sua proliferação, perigo e resistência aponta um box com a indicação de preventivos da doença, dentre apelos sanitários, o consumo de inhame aparece garantindo a imunidade ao mosquito. Senso comum ou ciência aplicada? Cabe analisar antes tanto o veículo quanto a apuração do repórter que reuniu os elementos para a matéria (consultou um especialista?;Algum tratamento preventivo foi aplicado em um determinado número de pessoas com sucesso?; etc.)

A má-fé está na promessa e não no produto, como garante o autor do artigo.


Nayara Young
Noturno

Laiz Marinho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Laiz Marinho disse...

Qual é a imagem que se forma em nossa cabeça quando pensamos em charlatães? “AH! É aquela pessoa que vende fórmulas milagrosas, do tipo tônico para crescer cabelo em carecas.” É bem cômico. Parece que esses tipos não enganam mais porque vivemos em um mundo moderno e crendices como essas já não caem no gosto popular ou caem? Pois é, eles se adaptaram e fazem quase uma linha tênue com a Ciência.

São os chamados “À frente de seu tempo” e ainda têm a audácia de se compararem a grandes cientistas que foram perseguidos no passado, só que se esqueceram de um pequeno detalhe: comprovar cientificamente que suas “fórmulas de espinafre” como a de um desenho antigo da TV, têm poder de dar super-força e afins.

Engraçado mesmo é ver as propagandas na televisão, principalmente os testemunhos. “Eu emagreci 10kg em dez dias, você também pode!”, o melhor de tudo são quando as mulheres vestem as “calças” que foram delas antes. Além de que as benditas das propagandas, que são estrangeiras vêm com uma dublagem horrível. Não podemos nos esquecer dos nomes, sempre impagáveis e esquisitos.

Seus alvos preferidos são as mulheres e os idosos. Mas por quê? Por que as elas são vaidosas, pelo menos a maioria e buscam pelo tal “corpo perfeito”. Os de mais idade procuram também a busca pelo corpo perfeito, mas um corpo sem dores. Aí vem o tal do chá, do Shake e remédios para tudo. A situação complica quando tais remédios fazem mal à saúde e podem levar a morte.

“Os pra frente”, são persuasivos por natureza. Usam de termos científicos ou simplesmente os distorcem. Sem contar na total falta de ética, quando dão a cura para quem não tem ou se existe, seu caminho é completamente desviado por um tratamento “alternativo”, resultando em óbito do mesmo jeito.

Laiz Marinho - 6º Semestre –Matutino.

Yann Lima disse...

Quem nunca foi ao médico só para pedir um remédio sem estar doente? Muitas pessoas vão a uma consulta para pedir medicamento e deixar guardado em casa já esperando a doença chegar e ter a medicação. Essa é a famosa farmácia que todos nós brasileiros temos em casa.
Outro costume que nós temos é a auto-medicação. Quando ficamos doentes ou sentimos qualquer dor, corremos lá naquela farmacinha e nos medicamos sem prescrição médica.
Essa nossa mania também acaba nos atraindo para o tal do charlatanismo.Os charlatães com suas promessas de soluções rápidas e milagrosas nos atraem para um mundo ilusório, que não existe. E como as pessoas não gostam de ter muito trabalho caem nessa conversa mole e se enganam.
Na maioria das vezes, a solução dos nossos problemas é tão simples. Não passa de uma boa alimentação e da prática de exercícios físicos. A melhora da qualidade de vida é o suficiente, tanto para acabar com a compulsão pelos remédios, quanto para não entrarmos no vício e na dependência do charlatanismo.

Yann Victor - 6º Semestre –Matutino

Tatiana Soares disse...

O mundo do charlatanismo está cada vez mais em alta. Uma busca incansável pelo “estar bem” torna as pessoas presas fáceis de enganadores que vendem saúde.
As comprovações científicas estão longe da maioria da população. Essas pessoas não são informadas, não são capazes ou tem preguiça de buscar o conhecimento. Estas são as principais vítimas. A vaidade e a busca pela perfeição ditada pela sociedade do consumo atraem cada vez mais adeptos das “pílulas milagrosas”, que fazem efeito apenas no bolso dos vendedores.
Todos vivem amedrontados com as doenças cada vez mais conhecidas entre a população. Isso é “café com açúcar” para os fabricantes de fórmulas mágicas para a cura.
Temos que desconfiar de promessas mirabolantes. Nada é tão fácil quanto parece. A mídia deveria divulgar e esclarecer mais a sociedade. O já comprovado e aceitável é alimentação e vida equilibrada.

Unknown disse...

Como citado durante o texto, em sala de aula e nos outros comentários, os charlatães estão por toda a parte, agindo de má fé e vendendo suas fórmulas mirabolantes para quem acha que está precisando de um complemento ou a cura para alguma doença. Doença essa que vai desde uma simples gripe até um câncer ou mesmo a AIDS.
Uma coisa que me vez à cabeça quando se falam nesses "vendedores fantásticos", como citado no texto, são aqueles desenhos antigos (Pica-Pau, por exemplo), onde o personagem principal comprava um tônico e sempre dava errado. Quando ía atrás, cadê o vendedor? Sumiu e ninguém tinha mais notícias.

As pessoas deveriam ter um mínimo de senso de saber que essas "garrafadas milagrosas" ou "chás emagrecedores" só farão bem se forem comprovados pela ciência. E uma das coisas comprovadas para uma boa saúde física e mental é uma boa alimentação e exercícios físicos. Coisas simples que fazem você ter uma vida saudável, sem precisar recorrer a esses "métodos milagrosos".

Lucas Antun - 6º semestre - matutino

\o/ disse...

Parabéns, turma! Vamos continuar nossas leituras e participação pelo blog! bjs

prof. Solange

Nina disse...

É nato do homem procurar algo para acreditar, até mesmo para ter um sentido, um motivo para seguir tal caminho.
Acreditamos em forças sobrenaturais, deuses, astrologia, "porções milagrosas", enfim crenças que nos sustente.
É dessas crenças que os charlatões se alimentam. Eles não vendem produtos, vendem idéias, ludibriam suas vítimas com a ilusão de melhora rápida e fácil.

Os charlatões só existem porque têm que em acredite neles, se não há eles tornam se cômicos beirando o ridículo.
Um ótimo remédio para o charlatanismo é ter consciência, ter senso crítico, desconfiar dos "milagres" e se dar o trabalho de resolver os problemas base, não procurando soluções mágicas.
Não existe mágica é apenas um truque de ilusionismo, como vemos nos circos.


Aluna: Ana Carolina Ferreira de Araújo
Turno: Noturno

Unknown disse...

O texto “Como o charlatanismo vende” visa mostrar o quanto os charlatães, ou seja, os vendedores camuflados usam a “boa-fé” das pessoas para vender produtos milagrosos e de resultado imediato. Os consumidores esperançosos em obter um resultado satisfatório são tão influenciados emocionalmente que até os mais inteligentes não percebem que estão “caindo no golpe”, podendo até ser um instrumento de persuasão dos charlatães.

As porções mágicas prometem desde o rejuvenescimento, amor nos altos e baixos da vida, a cura para tudo, e até milagres para as doenças imaginárias do cliente.

O texto convida o leitor a fazer uma análise individual. Quantas vezes nós “consumidores inteligentes” já fomos clientes passivos desses charlatães e quantas vezes ainda vamos ser já que estes não vêem com um rótulo de advertência.


Aluna: Caroline Nardiane
Turno: Noturno

Adriana Régila disse...

Como o charlatanismo vende, é um texto que nos faz refletir sobre as famosas fórmulas milagrosas que automedicamos e que nos atrai cada vez mais por promessas e ilusões de um bem estar.
O mercado desses charlatões está crescendo com falsas esperanças e grandes milagres, se utilizando da ciência para cura do corpo e da mente perfeita.

Desde a antiguidade, esses falsos magos já existiam e com eles as porções milagrosas, que na verdade servem para prejudicar e danificar a saúde do indivíduo.
No entanto todos deveriam se conscientizar que o importante é cuidar da sua saúde desde cedo com exercício físico e uma boa alimentação, isso reduziria bastante o número de charlatões.
E a mídia poderia ser mais eficaz nas denúncias contra esses charlatões, alertando a população para não serem tão influenciados com crendices, remédios.

Kemilly Bertini disse...

"Porção mágica", "milagres"? Será que existe? Há quem acredite esperançosamente nisso, as vitímas desses golpes, são pessoas esperançosas em resolver seus problemas de uma maneira mais fácil e pratica, mas não eficaz.
Charlatães são profissionais em vender porções milagrosas, e se há procura, com certeza haverá venda. São pessoas aparentemente com boas intenções, intenção de proporcionar as pessoas, as realizações de seus sonhos, o que certamente enche os olhos. Este é o ponto-chave da venda, o envovimento emocional, este que faz a pessoa não julgar o produto, por ficar animado com o resultado final. Charlatães trabalham para iludir e ganhar a vida enganando as pessoas.

Para solucionar esse problema, cada um pode se utilizar do senso crítico, julgar o que o produto ofereçe e qual a garantia da sua eficácia. Pensar antes de agir. Com certeza se fosse realmente um produto que fizesse bem a saude,teria maior divulgação.

Existem outras maneiras para se conseguir melhorias tanto no corpo, quanto na mente. Exercícios físicos e uma boa alimentação por exemplo. Antes de acreditar, desconfie. É como diz o ditado, "Quando a esmola é demais o santo desconfia".

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

“EMAGRECEDORES”
Temos que desconfiar de promessas mirabolantes. Nada é tão fácil quanto parece. Preste muita atenção quando aparecer alguém na porta da sua casa te oferecendo remedinhos milagrosos, caiam fora, pois de milagre eles não tem é nada. Muitas pessoas deveriam ter um mínimo de senso de saber que essas "garrafadas milagrosas" ou “chás emagrecedores" só farão bem se forem comprovados pela ciência. Sacrificar a saúde para ter um corpo bonito não vale a pena, pessoas não sabem nem como foi feito o procedimento da produção desses remédios. Charlatães são profissionais em vender porções milagrosas, e se há procura, com certeza haverá venda. Muitas doenças como o "Câncer" não tem cura ainda, mais a ciências esta à procura da cura e não é qualquer pessoa que bate de porta em porta oferecendo a cura para o Câncer que você deve confiar, cuide de sua saúde.
Nas famílias, tem pessoas acima do peso que adoram acessar sites para comprar tais remédios que garantem que elas irão emagrecer 10kg em 20 dias, alguns até funcionam, mais passe a observa que, depois, estas mesmas pessoas param de tomar estes medicamentos falso, engodaram mais ainda. Todo cuidado ainda é pouco então pense bem na hora de comprar medicamentos falsos.
Gicele da silva 6º semestre noturno.

Unknown disse...

A falta de informação é o que da mais força ao charlatanismo. Promessa para o seu bem estar é tudo o que os charlatões oferecem.Mas não é só isso que chama a atenção do consumidor. A promessa de resultado em menor tempo é o que convence definitivamente. Falsas ilusões, é que o que o charlatanismo proporciona. Remédios para acabar com o estresse, para emagrecer, para alergias, enfim, tudo o que você acha difícil de tratar, os charlatões trazem soluções imediatas. No desespero pela cura imediata, pessoas acabam se submetendo a esses tratamentos nos quais muitas vezes não resultam no que queriam.E agora? A quem recorrer? Nesse momento de “fraqueza”, de “derrota”, é quando mais uma vez tem que tomar cuidado com o charlatanismo. E como fazer isso? Simplesmente adotar um senso crítico, verificar se aquilo que estão te oferecendo, se têm boas referencias, se é conhecido no mercado, se informar principalmente com especialistas, para que assim você possa tomar a decisão correta. Isso vai evitar que você se torne dependente dessas promessas e publicitário das ilusões.

Ana Lívia Mendes disse...

Charlatão, de acordo com o dicionário, é aquele que explora a fé alheia. Brincam com a esperança das pessoas.
Muitos dizem ser fácil identificar esse tipo de impostor, mas a verdade é que hoje eles se especializaram. Usam a máscara da inteligência científica, citando referências e termos técnicos.
Em busca de suprir algumas necessidades, homens e mulheres se apegam a ilusões. Acupuntura, regimes em livros e revistas, chás que curam diversas coisas, métodos que acabam com o estresse, homeopatia. Enfim. Na área de saúde, os vendedores de quimera andam se dando muito bem.
Quais olhos não brilham diante de uma proposta de vida mais longa e saudável? Os charlatães têm resposta para todos os problemas. Mexem com o emocional, a fragilidade e acabam vencendo.
E não é só no âmbito da saúde que charlatães buscam oportunidades. A vaidade também é muito rentável. Tônicos capilares, fontes da juventude, porções do amor. Promessas de realizações de desejos são verdadeiras armadilhas.
A população em geral deve ou deveria ter a consciência que experiências pessoais na maioria das vezes não servem para o próximo. O sucesso de um pode ser o desastre do outro, mesmo que a intenção seja genuína. Falsas esperanças podem levar a vítima para longe do tratamento eficaz.
É preciso fugir dos “caminhos alternativos”. O que tem resultado cientificamente comprovado, métodos tradicionais que sempre deram certo e legítimos prestadores de saúde ainda é a melhor solução.

Ludmila Lucas disse...

Engraçado ler qualquer coisa relacionado ao charlatanismo, pois realmente, as primeiras impressões que vêem a nossa cabeça são aquelas de filmes, com seres mirabolantes, e poções mágicas.

Entretanto, é preciso desmistificar muitas coisas. Os charlatães estão por toda parte, isso é fato. É preciso que a sociedade tenha perspicácia suficiente para perceber que muitos produtos mágicos, anunciados hoje, não passam de formulas falsas, pseudo-científicas.

O ser humano possui a tendência de acreditar, como ultima esperança, em fórmulas mi-lagrosas. São enganados por pessoas que entendem o comportamento humano, a psico-logia da ‘coisa’. Sabem como nós, simples seres humanos, somos sensíveis àquilo que representa alguma esperança para algo que ansiamos.

Assim, esses supostos cientistas usam como recurso, o discurso que seu produto seria o meio mais fácil de se alcançar o que deseja. O anunciam como algo alternativo, combi-nado com medicamentos comprovados cientificamente, alegam que o resultado seria obtido mais rapidamente ou que o tratamento é menos caro. Nós, aceitamos esse discur-so na ultima, ou quem sabe a primeira, tentativa de satisfazermos uma necessidade pes-soal, seja ela de um corpo perfeito, mais saúde, mais resistência, maior bem estar e a-fins.

O que não é mencionado durante essa campanha, são os possíveis efeitos colaterais que muitas pessoas sofrem, ao consumirem determinadas substâncias, anunciadas como milagrosas. Infelizmente, a preocupação do ser humano, e em sua maioria jovens, não é simplesmente alcançar aquilo que se espera, mas alcançar com rapidez e pouco esforço, sem levaram em consideração quais serão as conseqüências dessas ações impensadas.

Jéssica Macêdo disse...

O texto é um guia para compreendermos a realidade dos fatos, fugindo do estereótipo comum de um charlatão: alguém que tem soluções mágicas para a saúde, para satisfazer a sua vaidade, um velho mago, shaaman da floresta mágica. Os charlatões de hoje andam bem vestidos, e muito bem acompanhado de suas ferramentas mais eficazes: as supostas necessidades das pessoas e a mídia.

A mídia lança a necessidade, o padrão ideal que atinge em cheio aquelas pessoas que buscam justamente o que é posto como padrão.

O charlatão, usa da fraqueza das pessoas, das suas necessidades, dos seus vícios para arrecadar dinheiro em cima delas. Causam situações de alertas em busca apenas do intuito consumistas que o ser humano tem adquirido.

Anônimo disse...

Por: Caroline Lucas
6° semestre-Jornalismo Noturno

“Como Charlatanismo vende”
Excelente texto! Me fez pensar na quantidade de ofertas que todos os dias nos seduzem e o principal, me fez refletir quanto a peça de xadrez que nos tornamos nas mãos de fabricantes e anunciante que a todo tempo querem nos persuadir fazendo-nos acreditar que pra vivermos bem temos que adotar os milhares de produtos criados para as mais fúteis necessidades.
Para mim tratamentos alternativos podem ate funcionar, mas o prejudicial, de fato é a pressão psicológica feita por anunciantes que prometem resultados rápidos, fáceis e baratos. Quando na verdade estamos falando vendedores e fabricantes que visam acima de tudo lucro. Como já foi citado no texto acima o problema nem sempre está nos produtos, mas nos charlatões que tentam de todas as formas persuadirem seus clientes, ou melhor, pacientes criando neles a “necessidade” daquele produto ou medicamento. Hoje em dia é bem mais fácil, pois se ligarmos a T.V encontramos facilmente nos programas da tarde chá, shakes, adesivos, cremes, aparelhos e por vai uma infinidade de produtos milagrosos que “não podemos viver sem”, alias fico me perguntando “como vivi ate o dia de hoje sem esses maravilhosos produtos”. O mais curioso é que no caso dos cremes redutores de medidas, por exemplo, é mágico e instantâneo. Compramos o produto em doze parcelas, esperamos ansiosamente para recebê-lo pelos CORREIOS e quando finalmente o produto chega com duas ou três aplicações “estamos magérrimas”. Acredito que seja mais uma questão psicológica do que real. Ainda no exemplo do creme redutor o efeito vem acompanhado de uma rigorosa dieta e uma boa atividade física. Será que somente a dieta e a atividade não adiantaria?Ou talvez o creme realmente tenha tido efeito, mas será que teria sem a dieta e o exercício?
Minha preocupação maior é quanto aos medicamentos para emagrecer. Vivemos dias que cada vez mais fica difícil de nos aceitarmos, seja física ou psicologicamente. O tempo todo estamos de olho na balança, nos rótulos dos produtos,ETC... E seria muito bom se essa preocupação fosse com a saúde em si e não apenas com a estética. O fato é que os vendedores fazem ofertas apelativas usando imagens de modelos magérrimas que vendem a idéia que peso é uma questão estética e não de saúde. A pressão psicológica é tão forte, que facilmente vemos nos noticiários matérias sobre anorexia, que tem feito vitima cada vez mais novas, em sua maioria mulheres, alvo fácil para indústria da moda.
Precisamos nos atentar em que gastamos nosso dinheiro. As ofertas são tentadoras, as embalagens super atrativas e as condições de pagamento facilitadas nos seduzem, mas temos que nos lembrar que se têm quem compre tem quem venda. Nem sempre o que compramos é o que de fato precisamos.

Simone Vaz disse...

Muito curioso o texto “Como o charlatanismo vende”. Verdades que nunca pensamos, mas sim, aceitamos sem pestanejar, pois é muito difícil de identificar o verdadeiro charlatão. Normalmente, não há uma identificação logo a princípio. Há uma percepção clara depois que já caímos no conto do vigário. O charlatão é um lobo vestido de cordeiro, consciente de sua inteligência, destreza, que transmite sensibilidade extrema e boa índole.
Quem não acreditaria numa pessoa desta? Que é o próprio exemplo de sucesso do chá para emagrecer?! Ele emagreceu 20 kilos em um mês sem fazer regime, só tomando uma xícara de chá em jejum. É o milagre que toda gordinha necessita para continuar comendo o que quiser e ser magrinha. Campo fértil para o charlatão, então é só semear algo como: “Emagreça 10 kilos em 1 semana sem passar fome”.
O texto é esclarecedor e nos faz pensar em na infinidade de experiência que tivemos com charlatões de pequeno, médio e grande porte. Uma organização altamente antenada. Farmácias vendendo vitaminas que dão energia 25 horas por dia, complementos alimentares que emagrece ou engorda, livros de auto-ajuda e o pior, charlatões que usam a dor, o sofrimento para vender, lucrar sem o menor pudor. Se os sintomas persistirem a culpa e TOTALMENTE sua!
Buscar informação e o senso comum será nossa salvação e derrota dos charlatões.

Amanda Lopes disse...

O texto charlatanismo é de fácil leitura e entendimento onde podemos constatar as inúmeras vezes que caímos no conto da carochinha, como porções mágicas, remédios milagrosos, chazinhos e todo o resto lendário de nossas avós.
É mais cômodo a pessoa comprar um chazinho ou tomar um remédio que está ao alcance do que ir ao médico e se submeter a vários exames para descobrir o que realmente está acontecendo e quais os medicamentos corretos.
Além de sermos enganados com o mais fácil, os charlatões tem o poder de persuasão e convencimento. Muitas das vezes vivemos a mercê dos enganadores por termos preguiça de pesquisarmos a verdade.
E a verdade é mostrada por meio de experimentos científicos dos quais os charlatões dizem que é apenas babela... sem contar que a propaganda do boca a boca é mais confiável que algo escrito ou dito por um profissional de saúde.

Marcos Lopes disse...

O texto leva o leitor a refletir quanto a busca pela praticidade. Diariamente somos bombardeados com novos remédios e novas fórmulas que supostamente lhe ajudarão em algo em apenas 7 dias... tome diariamente o comprimidinho do cogumelo que você nunca envelhecerá... o None que te deixará com vigor... e tantos outros.
Porém a população está a mercê dos charlatões por falta de conhecimento e pesquisa dos quais estão disponíveis na NET ao alcance de todos.
É mais fácil acreditar em remédios milagrosos que tais pessoas tomaram... Porém temos que pensar que tal fórmula foi bom pra ela, será que servirá em outras pessoas? Eu posso tomar? Eu posso passar? São muitos os questionamentos, para não ser enganado vai depender apenas do meu bom senso e conhecimento para não cair no conto do vigário.

Julciara Abreu disse...

O autor aborda em seu texto, como o charlatanismo ainda vende muito hoje em dia. Ele deixa claro que o charlatão procura atrair a pessoa pela fragilidade.
Muitas vezes, por estar passando por um problema sério de saúde, leva várias pessoas a busca desses curandeiros. Inclusve, chegam a receitar remédios caseiros. E a crença é tão grande, que muitas vezes, chegam a sentir uma certa melhora.
E essa prática é bastante comun em nosso país, devido a crença popular.

E quem continua lucrando, são os chartatões que estão em todos os lugares.

Cássia Graciano disse...

O texto como o charlatanismo vende mostra, uma vez que somos direcionados a acreditar no que as pessoas dizem sobre suas experiências, os relatos ficam mais convincentes, Por mais absurdos que eles possam parecer. Uma verdadeira maneira de persuasão que garante o sucesso dos charlatões.
O charlatão estuda o perfil da vítima em que vai aplicar o golpe e então oferece a solução para o problema que a vítima tem. Geralmente pessoas com problemas de saúde, carência ou até mesmo ingenuidade são as escolhidas do golpista que sempre transmitem segurança, boa aparência e uma conversa baseada em exemplos de sucesso.
Descobertas as falcatruas do charlatão que além de vender o produto vende sua própria imagem, ele continua sua tarefa de enganar o outro transmitindo a responsabilidade do fracasso para o cliente.Argumentando que a vítima pode ter utilizado outros recursos além dos que o golpista indicou.
Na correria do dia-a-dia e em busca de soluções rápidas e sem sacrifícios qualquer um pode ser a próxima vítima dos charlatões que estão por toda parte. É difícil acreditar que o ser humano já não é mais humano e o que importa é levar vantagem em cima dos outros.

Bruno Carlos disse...

Muita coisa precisa ser revisto, como por exemplo é citado os remédios para aliviar a dor, alguns tem um efeito melhor do que a do outro. Agora existe realmente aqueles que querem "ganhar" em cima dos outros oferecendo produtos que realmente deixa a desejar. Eu por exemplo faço uso de alguns suplementos para ganho de massa e para ter disposição física e alguns desses produtos posso dizer que tem um efeito positivo. Mas a população em geral deve tomar cuidado com produtos que oferecem os tais "resultados milagrosos".