domingo, 1 de fevereiro de 2009

Jornalismo Científico e democratização do conhecimento

Jornalismo Científico: teoria e prática


A Associação Brasileira de Jornalismo Científico (ABJC) completou em 2007 seus 30 anos de fundação, realizando, em São Paulo, o IX Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico. O evento reuniu experiências brasileiras de divulgação científica em mesas-redondas e apresentação de trabalhos (cerca de 40 no total), compondo um mosaico plural do ensino, da pesquisa e da prática do Jornalismo Científico brasileiro. Apesar do apagão aéreo e de outras dificuldades vivenciadas pelos colegas da área (preço elevado de hotéis e de passagens, não liberação pelas chefias etc), cerca de 150 congressistas estiveram presentes.

O Jornalismo Científico continua ativo no País, apesar dos inúmeros desafios e dos obstáculos que ainda necessita enfrentar.


Simplificadamente, o Jornalismo Científico compreende a veiculação, segundo os padrões jornalísticos, de informações sobre ciência, tecnologia e inovação e se caracteriza por desempenhar inúmeras funções.

Em primeiro lugar, ele cumpre o papel, absolutamente indispensável num país onde o ensino formal de ciências é precário, de contribuir para o processo de alfabetização científica, permitindo aos cidadãos tomar contato com o que acontece no universo da ciência e da tecnologia. Trata-se de uma função eminentemente pedagógica a ser cumprida pela mídia, complementar ao da educação, e que atinge não apenas aqueles que já deixaram a escola, mas sobretudo os que estão dela excluídos por inúmeros motivos.

Em segundo lugar, esta divulgação pelos meios de comunicação de massa promove a democratização do conhecimento científico, ampliando o debate sobre temas relevantes de ciência e tecnologia. Se realizada com compromisso e espírito público, ela convoca os brasileiros para participar do processo de tomada de decisões e retira de uma elite (que normalmente se beneficia das benesses do progresso técnico) o poder exclusivo de decidir onde, quanto e como investir em ciência e tecnologia. Esta função se reveste de caráter político (não partidário) no seu sentido mais amplo porque favorece a explicitação dos interesses envolvidos no financiamento, produção e aplicação da ciência e da tecnologia.

Finalmente, o Jornalismo Científico abre oportunidade para que os centros produtores e financiadores de ciência e tecnologia (e os pesquisadores em particular) possam prestar contas à sociedade dos investimentos realizados em pesquisa e desenvolvimento, essenciais para a soberania de uma nação.

Tradicionalmente, a literatura em Jornalismo Científico (que não é generosa no Brasil) concentra-se, prioritariamente, em discutir a relação entre cientistas/pesquisadores e jornalistas/divulgadores de ciência ou explora a dificuldade de adaptação do discurso científico, geralmente hermético, ao universo da maioria dos cidadãos, relegando a segundo plano outras temáticas não menos importantes.

É evidente que ainda existem incompreensões (apesar de termos avançado muito nos últimos anos) entre quem faz e quem divulga ciência no Brasil, especialmente porque estamos nos referindo a dois sistemas de produção bastante distintos e com características peculiares (a ciência e a tecnologia e o Jornalismo). Estas incompreensões diminuem sensivelmente (a experiência nos revela isso) quando cada um dos lados passa a ter uma visão mais lúcida do outro e, particularmente, quando pesquisador e jornalista estão identificados com os mesmos objetivos: a alfabetização científica e a democratização do conhecimento, por exemplo.

É forçoso reconhecer também que não é tarefa fácil trazer temas complexos de ciência e e tecnologia para o dia-a-dia das pessoas, especialmente quando elas não estão familiarizadas com os conceitos básicos da área, mas isso é possível com esforço, talento e competência. É sobretudo realizável quando jornalistas/divulgadores e cientistas/pesquisadores trabalham em parceria e estão empenhados em cumprir adequadamente este papel.

A literatura não tem, no entanto, dado conta de uma realidade que merece ser sempre considerada na produção e divulgação da ciência e da tecnologia: a conjugação de interesses de toda ordem (políticos, econômicos, militares, empresariais etc) que, gradativamente, constrangem e penalizam a qualidade destes dois processos (produção e divulgação). Basta lembrar que o maior esforço de pesquisa e de desenvolvimento está hoje a serviço de interesses militares e que o investimento em determinadas áreas (saúde, biotecnologia etc) tem por fim, prioritariamente, favorecer grandes corporações (ou seja o lucro) e não os cidadãos de maneira geral.

A divulgação científica tem estado cada vez mais cerceada pelos contratos de exclusividade (sigilo de informações) firmados entre universidades e institutos de pesquisa com empresas privadas e públicas. Pode-se dizer, sem medo de cometer injustiças, que a ciência e a tecnologia de ponta estão a mercê do capital e não do interesse público, apesar do discurso de governos e empresas que pregam a cidadania, o compromisso com a sociedade, mas estão apenas interessados em atender os seus acionistas.

A ciência e a tecnologia são mercadorias valiosas e não estão necessariamente, como sempre se buscou acentuar nos colégios, a serviço da humanidade porque, muitas vezes, têm a ver mais com os objetivos do complexo militar, industrial, financeiro etc. É certo que, pelo menos grande parte da pesquisa brasileira, realizada por investigadores individuais ou em pequenas equipes nas universidades e centros de pesquisa, ainda assume uma perspectiva positiva, desvinculada de outros interesses extra-científicos, mas o cenário vai pouco a pouco se modificando com o aumento da complexidade dos projetos e a necessidade de recursos para sua realização.

É preciso, em alguns casos, tomar cuidado com algumas fontes suspeitas que, travestidas de titulação acadêmica e respaldadas em prestígio derivado dos seus trabalhos de pesquisa, não passam de porta-vozes dos grandes interesses comerciais. Será sempre interessante verificar quem anda financiando estes "PHDs com bocas alugadas" que comparecem às redações, apresentados por agências de comunicação, para veicular pretensas notícias científicas que nada mais são do que propaganda de determinadas empresas ou setores. Quem se propõe a fazer isso (seguir o dinheiro - "follow the money", como dizem os americanos) descobrirá atrás do noticiário sobre transgênicos (cuidado com o CIB - Conselho de Informações sobre Biotecnologia!) a mão das multinacionais que andam promovendo o monopólio das sementes e vociferando contra a biodiversidade.

Nem sempre é saudável acreditar em empresas que têm santo no nome ou que proclamam os seus "embaixadores ambientais". Há uma ciência e uma tecnologia comprometidas atrás dos releases e do noticiário que se originam de algumas fontes. Uma pista: se uma empresa agroquímica, mineradora ou de celulose incorpora o discurso da sustentabilidade em sua divulgação, mesmo apoiada no depoimento de um especialista, não caia no logro: tem, como diz o ditado, gato na tuba, ou seja, estão querendo passar a perna em todos nós. Não confunda ciência com marketing verde porque nem sempre "a química está a serviço da vida" e fabricar cigarro será sempre produzir droga, independente dos prêmios recebidos pelo "relatório social" da indústria tabagista.

No mundo inteiro - e não apenas no Brasil - as empresas estão cada vez mais próximas das universidades e centros de pesquisa e, ressalvadas as exceções, muitas acabam, pela fragilidade das nossas instituições de ensino e pesquisa, se apropriando do conhecimento nelas desenvolvido com intenções meramente comerciais. Grupos de pesquisa, formados com dinheiro público, se transferem para empresas privadas e continuam desenvolvendo projetos relevantes que beneficiam mais as organizações que os financiam do que a sociedade. Quem se lembra da relação entre a Novartis , uma poderosa indústria farmacêutica, e um instituto voltado para a pesquisa da biodiversidade na Amazônia (consulte com a palavra-chave "Projeto BioAmazônia Novartis" no Google e ficará surpreso com o que vai encontrar por lá), pode imaginar o que tende a ocorrer, se não houver uma vigilância permanente sobre essa interação nem sempre transparente e ética entre empresas e centros geradores de ciência e tecnologia.

A ciência e a tecnologia precisam estar comprometidas com o interesse dos cidadãos que as financiam e, especialmente no Brasil, as instituições de ensino e pesquisa que são subsidiadas pela sociedade têm a obrigação de prestar contas dos recursos investidos em ciência e tecnologia. Merecem menção sob este aspecto entidades como a Fapesp (referência internacional no apoio a projetos de pesquisa mas também em divulgação científica) e alguns institutos e empresas de pesquisa que promovem tanto a produção como a divulgação de ciência e tecnologia (a Fiocruz e a Embrapa são exemplos modelares). Outras entidades estaduais (Fapemig, Faperj etc) também merecem ser lembradas pelo mesmo trabalho, especialmente porque, pouco a pouco, buscam dar visibilidade aos projetos que financiam, cumprindo a função primordial de prestar contas dos investimentos realizados com recursos públicos.

O Jornalismo Científico ganhou novo impulso com a internet e multiplicam-se felizmente as publicações na internet (a revista ComCiência, do Labjor/Unicamp é excelente!), bem como são dignas de elogios algumas publicações tradicionais de divulgação e Jornalismo Científico, como Ciência Hoje, Revista Pesquisa Fapesp, Scientific American Brasil e mesmo as de maior tiragem, como Galileu e Superinteressante. É preciso ressaltar que esta última tende, infelizmente neste momento, a se desviar um pouco desta área, seduzida pelo apelo comercial do esoterismo, de temas sensacionais e/ou sensacionalistas e do espírito de almanaque, embora cumpra um papel fundamental junto aos jovens, seu principal público-alvo.

A divulgação científica também tem sido estimulada pela iniciativa de editoras e autores (ainda tímida no Brasil) de publicar livros sobre temas de ciência para os nossos jovens e as nossas crianças. É imperioso destacar, neste momento, o trabalho realizado pela Oficina de Textos, uma editora paulista que tem publicado obras de divulgação sobre temas de ciência atuais e relevantes, premiando a nossa juventude.

Não se pode deixar de mencionar o trabalho competente e pioneiro coordenado pelo prof. Ildeu de Castro Moreira , no MCT, com a realização de pesquisas (lembremos, por exemplo, a investigação recente sobre a percepção da ciência e da tecnologia pelo brasileiro), apoio a projetos e contribuição efetiva ao aumento da massa crítica na área da divulgação científica no Brasil.

Finalmente, é preciso reconhecer o apoio que a Universidade Metodista de São Paulo - UMESP tem dado à pesquisa na área, especialmente no seu Programa de Pós-Graduação, que há quase 3 décadas abriga projetos de mestrado e mais recentemente de doutorado em Jornalismo Científico e Comunicação Científica, de maneira geral. Ela é responsável por pelo menos uma centena de dissertações e teses já defendidas neste campo, contribuindo, vigorosamente, para a formação de novos quadros (basta lembrar que dos 5 diretores da ABJC, 4 têm mestrado ou doutorado pela UMESP e dois são seus professores).

Os exemplos citados merecem ser seguidos porque indicam o caminho adequado para o crescimento do Jornalismo Científico e da divulgação científica no Brasil. A área precisa de apoio permanente para continuar se desenvolvendo porque é vital para a democracia e para a qualificação do debate sobre ciência, tecnologia e inovação. Os exemplos da Fapesp, do Labjor/Unicamp, da UMESP e da Sanofi-Aventis, que emprestaram apoio ao Congresso Brasileiro de Jornalismo Científico em 2007, merecem ser seguidos.

Sem uma divulgação e um Jornalismo Científico qualificados, a ciência e a tecnologia brasileira que, em muitas áreas, competem com as realizadas nos países chamados hegemônicos, permanecerão distantes dos cidadãos, das autoridades, dos parlamentares, da sociedade de maneira geral. Impedir que isso aconteça é dever de todos nós.


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*Wilson da Costa Bueno é jornalista, professor do programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da UMESP e de Jornalismo da ECA/USP, diretor da Comtexto Comunicação e Pesquisa.

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ALUNO EM ATIVIDADE: Comente o texto acima, explicando por que o jornalismo científico é importante.

28 comentários:

\o/ disse...

Pessoal, vamos ao exercício:

1. O que é jornalismo científico?

2. Existem semelhanças e diferenças entre jornalismo científico e divulgação científica? Comente.

Unknown disse...

Para o autor Wilson da Costa Bueno, "o Jornalismo Científico compreende a veiculação, segundo os padrões jornalísticos, de informações sobre ciência, tecnologia e inovação e se caracteriza por desempenhar inúmeras funções, entre eles o de contribuir para o processo de alfabetização científica no país."
Já para a autora Sarita Albagli, o conceito de divulgação científica pode ser definida
como "o uso de processos e recursos técnicos para a comunicação da informação
científica e tecnológica ao público em geral".

As duas (jornalismo e divulgação científica) se confundem pelo fato de divulgar a ciência de um modo geral ao público que não entende tanto desse tipo de notícia e por meios parecidos, como livros, palestras e até mesmo encartes sobre ciência e tecnologia em jornais, como exemplificado no site "Portal do Jornalismo Científico".

Um exemplo dessa confusão seriam as publicações "Caderno Resenhas", da Folha de S. Paulo e a revista "Ciência Hoje" que não podem ser consideradas publicações de jornalismo científico, mas sim de divulgação científica, já que sua linguagem é voltada mais a especialistas no assunto.

Lucas Antun - 6º semestre - matutino.

Laiz Marinho disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Tatiana Soares disse...

Jornalismo Científico é a tradução da linguagem técnica dos estudos realizados por cientistas. A divulgação é feita por profissionais da área de comunicação obedecendo às regras jornalísticas. Os jornalistas buscam com cientistas informações (embora existam algumas divergências, pois nem sempre jornalistas e cientistas compreendem a responsabilidade que cada um tem com a sociedade) e procuram levar a população o conhecimento das pesquisas, estudos e descobertas de uma forma que leitor comum possa entender.
Existem semelhanças e diferenças entre jornalismo científico e divulgação científica. Nas duas existe difusão das pesquisas/estudos realizados. A divulgação científica é produzida na linguagem da ciência e com um público-alvo identificado (pesquisadores, especialistas e os próprios cientistas), e muitas vezes financiada por empresas interessadas na pesquisa comercialmente. No jornalismo científico há o interesse em tornar público além do comercial e levar o conhecimento da ciência à sociedade leiga.

* Nem tudo que fala sobre ciência e está escrito em jornais ou revistas é jornalismo científico. (Wilson da Costa Bueno)

Tatiana Soares - 6 semestre - matutino

yann disse...

yann

Yann Lima disse...

Divulgação cientifica: Nada mais é que os estudos que os cientistas fazem para descoberta de algo novo para o mundo ou para sociedade. Como por exemplo, de novas tecnologias ou então a descoberta de técnicas ou medicamentos da cura pela AIDS. A cada dia que passa os cientistas estão estudando a todo vapor atrás de descobertas e tecnologia para um futuro bem próximo.
Bom, eu vejo sim diferenças entre o jornalismo científico e a divulgação científica. E a principal delas é justamente a divergências entre os profissionais. Os cientistas não concordam com a maneira que os jornalistas passam as informações científicas. E os jornalistas se defendem dizendo que se usarem termos científicos não serão compreendidos já que a utilização desses termos são para pessoas que tem um estudo mais aprofundado.
Acredito que se cada um desempenhar bem seu papel é a sociedade que vai ganhar.

Nina disse...

A grande e principal diferença entre o Jornalismo Científico e a Divulgação Científica é a linguagem.
A divulgação científica tem claro seu público alvo ((pesquisadores, especialistas e os próprios cientistas). Sendo assim a Divulgação Cientifica pode utilizar termos acadêmicos que não comprometerá a compreensão do assunto.
Já o Jornalismo Científico depende do talento e da competência do profissional, já que ele tem a tarefa de traduzir a divulgação cientifica para a população. Contribuindo para o processo de alfabetização cientifica.
Com a publicação desse tipo de jornalismo nos meios de comunicação de massa abre portas para que os centros produtores e financiadores de ciência e tecnologia possam prestar contas à sociedade dos investimentos realizados em pesquisas em desenvolvimento.
Contudo o mais importante da Divulgação Cientifica e do Jornalismo Cientifico não é as diferenças entre um e outro e sim as semelhanças, ambos promovem a Democratização do Conhecimento, cabe a eles impedirem que a ciência e a tecnologia continuem distante da população.


Aluna: Ana Carolina Ferreira

Nayara disse...

De caráter pedagógico, o jornalismo científico assume importante papel na publicação de pesquisas científicas para grandes veículos de comunicação. Atua dentro dos padrões jornalísticos e está sempre em busca de levar as proposições dos cientistas, geralmente carregadas de jargões técnicos, de forma clara para a população. Já a divulgação científica por si só não prescinde de uma tradução para o público. Ela é utilizada para divulgação em veículos segmentados que têm sua tiragem voltada especificamente para um público restrito, neste caso, cientistas e pesquisadores, por exemplo.

Ambos, jornalismo científico e divulgação científica, tornam público pesquisas e descobertas, porém cada uma com um objetivo distinto, para um público distinto. O jornalismo científico insere a sociedade aos estudos realizados em laboratórios financiados pelo Estado como uma forma de prestação de contas com a verba pública e também para informar a população das descobertas tecnológicas de forma que todos possam tirar proveito. A divulgação científica funciona como uma troca de informação entre pares, cientistas que “trocam figurinhas” com outros cientistas, de modo que possam estabelecer parcerias com instituições de ensino superior e/ ou órgãos públicos.

O impasse do jornalista é o casamento entre essas duas linguagens que pode ser justificado pela ausência de especializações nessa área para o comunicólogo que, muitas vezes- quase sempre, cai no senso comum ao confirmar uma proposição que não tem respaldo científico ou, ao traduzir um relatório científico, omite informações importantes para a compreensão do estudo por não dominar o assunto.

Por Nayara Young (Noturno)

Caroline Nardiane disse...

O jornalismo científico permite que a população tenha conhecimento amplo no que diz respeito à ciência e a tecnologia. Através da mídia e dos meios de comunicação de massa, o jornalismo científico tem uma função pedagógica, promove a democratização do conhecimento cientifico e influi na retirada da elite que busca interesses políticos, econômicos, militares e empresariais, por exemplo. Com tudo beneficia os produtores e financiadores a prestar conta dos recursos investidos em ciência e tecnologia.

A divulgação científica está relacionada com contratos de exclusividade entre universidades e institutos de pesquisa com empresas privadas e públicas. Interessada em atender os interesses comerciais e os acionistas, nem sempre a empresa e centros geradores de ciência e tecnologia vão agir com transparência.
Portanto, o jornalismo científico e a divulgação científica propõem a publicação de uma determinada pesquisa, porém com interesses e modos diferentes. Enquanto o jornalismo científico produz a alfabetização científica e a democratização do conhecimento a favor da população, a divulgação científica atende aos apelos comerciais, busca “satisfazer” os interesses e expectativas dos cientistas e financiadores.

Creio que somente quando divulgadores, cientistas e pesquisadores fizerem juntos um trabalho ético, a ciência e tecnologia se aproximará verdadeiramente da sociedade e todos serão favorecidos.


Aluna: Caroline Nardiane
(Noturno)

Unknown disse...

Jornalismo Científico: são informações e/ou pesquisas científicas passadas para o leitor de forma clara. Traduzindo toda uma linguagem científica, sem fugir dos padrões jornalísticos. Fazendo assim, com que uma grande massa entenda a informação que quer ser passada.
Já a divulgação científica, se diferencia pelo fato de ter uma linguagem mais complexa, na qual somente entendedores do assunto consegue captar a informação por completo. A Divulgação científica tem como objetivo, atingir um publico específico.
Os dois se assemelham por utilizarem os mesmos meios de comunicação para publicarem as descobertas ou pesquisas cientificas. Como por exemplo: revistas, jornais, livros, etc.
Com essas publicações, a sociedade só tem a ganhar, pois, amenizam a alienação sobre assuntos científicos.

Kemilly Bertini disse...

O Jornalismo Científico diz respeito à divulgação da ciência e tecnologia pelos meios de comunicação de massa, segundo os critérios e o sistema de produção jornalística e contribuir para o processo de alfabetização científica abrindo espaço aos cidadãos para que eles fiquem mais informados sobre o que acontece no mundo da ciência e da tecnologia. Promovendo assim uma democratização do conhecimento científico.

Divulgação científica e Jornalismo Científico não são a mesma coisa, embora estejam muito próximas. Ambos tem a intenção de democratizar as informações como: pesquisas, inovações, conceitos de ciência e tecnologia.

Para jornalista Glória Kreinz, quando se visa divulgar ciência, jornalistas, cientistas ou pesquisadores procuram sempre se fazer entender pela comunidade. Não há grandes diferenças, apenas há termos mais técnicos usados por parte dos cientistas ou dos pesquisadores, mas estes, quando divulgam suas experiências, evitam usá-los, pois poderia ocasionar um desvio no entendimento do que é divulgado. Já o jornalista procura uma maneira mais clara de passar a informação para o seu público e com uma linguagem coerente ao entendimento do mesmo. Com menos termos técnicos e palavras de difícil entendimento.

Aluna: Kemilly Bertini

Claudivan Santiago disse...

O professor Wilson Bueno foi muito feliz em sua abordagem ao contextualizar a importância do Jornalismo Científico para a sociedade brasileira. Especialmente agora, numa época em que os avanços científicos e tecnológicos se fazem cada vez mais importantes e imprescindíveis na vida do cidadão, ter um jornalismo especializado com foco na ciência e na tecnologia é um diferencial muito grande para qualquer país. Porque não basta apenas os nossos cientistas, as nossas universidades e empresas (sejam elas estatais ou privadas) investirem em inovação tecnológica e em conhecimento científico se não tivermos veículos de divulgação habilitados a traduzir tudo isso aos olhos e ouvidos do cidadão comum.

Além de cumprir sua função social de transmitir o conhecimento, de informar a sociedade sobre os avanços da era moderna, o Jornalismo Científico vai mais longe: ele funciona como um elo entre o cidadão comum e os grandes pensadores e pesquisadores do país. Como resultado desse imenso esforço profissional temos uma população mais antenada à realidade e apta a perceber, compreender e reconhecer o papel da ciência e da tecnologia em sua vida quotidiana.

Aluno: Claudivan Santiago - noturno

Claudivan Santiago disse...

O professor Wilson Bueno foi muito feliz em sua abordagem ao contextualizar a importância do Jornalismo Científico para a sociedade brasileira. Especialmente agora, numa época em que os avanços científicos e tecnológicos se fazem cada vez mais importantes e imprescindíveis na vida do cidadão, ter um jornalismo especializado com foco na ciência e na tecnologia é um diferencial muito grande para qualquer país. Porque não basta apenas os nossos cientistas, as nossas universidades e empresas (sejam elas estatais ou privadas) investirem em inovação tecnológica e em conhecimento científico se não tivermos veículos de divulgação habilitados a traduzir tudo isso aos olhos e ouvidos do cidadão comum.

Além de cumprir sua função social de transmitir o conhecimento, de informar a sociedade sobre os avanços da era moderna, o Jornalismo Científico vai mais longe: ele funciona como um elo entre o cidadão comum e os grandes pensadores e pesquisadores do país. Como resultado desse imenso esforço profissional temos uma população mais antenada à realidade e apta a perceber, compreender e reconhecer o papel da ciência e da tecnologia em sua vida quotidiana.

Aluno: Claudivan Santiago - noturno

Unknown disse...

Estudo Cientifico é nada mais e nada memos do que estudos realizados pelos os nossos pesquisadores, descobridores de várias curas ou anomalia em nosso sistema imunologico. veja o caso da gripe suína depois de vários estudos já a uma possibilidade de cura. Mais os cientistas ainda estão estudando a nova vacina que está em textes com pessoas que adora ajuadar a ciência e a sociedade de uma forma ou de outra. Com grande esforço é que se obtém grandes resultados noites é noites sem dormir atrás de algo que pudesse amenizar a situação da população. O grande desenvolvimento da ciência também é o da tecnologia em nossa vida por muitos anos.
O professor Wilson Bueno esta muito feliz em sua descoberta ao mostar a importância do jornalismo cientifico para a sociedade.
A divulgação científica é produzida na linguagem da ciência e tentando atingir o público-alvo identificado por (pesquisadores, especialistas e os próprios cientistas), e muitas vezes financiada por empresas interessadas na pesquisa comercialmente.Vc já para imaginar sua vida se não existesse a ciência pois "logo penso eu logo existo" pois a ciência também é algo como esta frase.

Gicele da silva Noturno 6º semestre.

Laiz Marinho disse...

Diferenças de jornalismo científico e Divulgação Ciêntífica

Assuntos de C&T no Brasil ainda tem pouca divulgação na sociedade e nos meios de comunicação. O espaço para esse tema é pequeno em relação a assuntos de esportes, política e economia. Um dos motivos desses espaços serem menores é o desinteresse da população em geral, pois no Brasil não foi instituída e nem construída uma cultura científica. O jornalismo científico tem como missão divulgar, usa das técnicas jornalísticas para isso e leva para si também o papel pedagógico. O jornalista explica simplificadamente para que todos entendam as pesquisas e os trabalhos científicos, pois esses usam termos muito técnicos.
A Divulgação científica é geral e engloba também o jornalismo científico. Sua linguagem deve ser clara, descontraída, pois normalmente são assuntos de difícil compreensão e fazer sempre analogias para que o público leigo entenda.
Laiz Marinho- 6° semestre- Matutino

Ludmila Lucas disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ludmila Lucas disse...

A divulgação científica nada mais é do que a popularização da ciência. É por meio da divulgação científica que é possível facilitar o acesso da população às divulgações. O jornalismo científico, por sua vez, tem a finalidade de informar sobre ciência.

Há diferenças e semelhanças entre ambos. Se tratando da divulgação científica, a sua finalidade é popularizar o conhecimento. No caso do jornalismo científico, a finalidade não é somente popularizar o conhecimento e a própria ciência, mas esclarecer ao público as informaçõs divulgadas. Daí a primeira diferença.

A linguagem utilizada também é diferente. A primeira, possui uma linguagem coloquial, enquanto a segunda, possui linguagem jornalística com as devidas técnicas. A abordagem no caso da Divulgação científica é por meio do uso de uma fonte, ou de um tema específico, enquanto no Jornalismo científico há as pautas e uma infinidade de fontes.

A mídia utilizada pela Divulgação científica engloba os próprios meios de comunicação de massa, como é o caso da TV, livros, manuais e revistas. Já o Jornalismo científico possue somente os meios de comunicação de massa como responsável por sua divulgação.

Ludmila Lucas Tavares
6º semestre - Noturno

Ana Lívia Mendes disse...

Apesar da Associação brasileira de Jornalismo científico ter sido fundado há 32 anos, ainda há inúmeros desafios e obstáculos para se enfrentar.

Grande parte da população não entende a importância da veiculação da ciência e tecnologia para sociedade e nem do papel indispensável que o este tem para o crescimento de um país.

A função é basicamente educar, democratizar o conhecimento. Quando cidadãos se interessam por áreas diversas, eles aumentam sua capacidade de debater, de decidir onde investir, detalhes que normalmente ficam só nas mãos da elite.

Um ponto relevante que atrapalha a divulgação científica é o relacionamento entre cientista e jornalista. Ainda existem neste “mundo” incompreensões entre quem faz e quem divulga. Assim, é imprescindível que os dois lados tenham o mesmo objetivo, por exemplo, a alfabetização científica.

A linguagem científica não é habitual para todo mundo. Por essa questão, o jornalista tem que ser competente e criativo para decodificar o artigo, transformando-o em uma leitura de fácil entendimento sem perder a riqueza de informações. Textos grandes e cheios de termos técnicos não prendem a atenção do grande público.

É necessário aflorar o lado leitor das pessoas. A população ainda é preguiçosa neste aspecto. Pouco vai adiantar fazer uma lavagem cultural em relação à ciência e tecnologia. Por isso o jornalista tem um papel fundamental: despertar a curiosidade logo no começo, com palavras simples e explicativas.

Quem lê um texto científico e gostar, provavelmente vai debater e posteriormente querer ler outros, o que pode gerar um crescimento do conhecer e saber de C&T no nosso país.

Simone Vaz disse...

O jornalismo científico é um modelo da divulgação científica que utiliza a propriedade do jornalismo para veicular os diversos gêneros que a ciência e a tecnologia alcançam.
A divulgação científica é transverter a linguagem científica para tornar acessível ao público em geral e disseminar às mídias em todos os níveis.

Ana Gabriela disse...

A divulgação científica tem um sigilo de informações que são firmados entre seus contratados. Não está ligada ao interesse público, e sim da capital, deve está comprometida aos interesses do cidadão. Já o jornalismo científico, contribui para o processo de alfabetização científica. Em um padrão jornalístico. Abre espaço para que os centros produtores de ciência e tecnologia divulguem o resultado de suas pesquisas e desenvolvimento.

Evelin disse...

Definir as diferenças entre o jornalismo científico e a divulgação científica não é tarefa fácil. Já as semelhanças, acredito eu, são mais fáceis de pontuar. Há quem diga, inclusive, que não há diferença entre os dois termos. Para Crodowaldo Pavan (Biólogo, professor emérito da USP e Unicamp) e Glória Kreinz (Jornalista, mestre em Literatura Brasileira, FFLCH/USP, e doutora em Ciências da Comunicação, ECA/USP), por exemplo, “os dois conceitos remetem para o ato de explicar à comunidade interessada os avanços da ciência e tecnologia”. Mas eles acham melhor usar a expressão “divulgação científica”, porque a julgam mais abrangente em termos de teoria da comunicação. Apesar de considerar a ideia interessante, não concordaria em unir os dois termos.

Opiniões a parte, ninguém discorda que o jornalismo científico e a divulgação científica têm como principal objetivo a democratização do conhecimento científico e a prestação de contas a respeito de pesquisas, descobertas, investimentos, enfim, novidades e informações em geral, no âmbito científico e tecnológico, buscando despertar o interesse do cidadão em temas relevantes para inspirar o debate e promover a melhoria da qualidade de vida da sociedade. Ufa! Em suma seria isso. Eis aí a primeira semelhança.

Evelin disse...

À primeira vista, no senso comum, divulgação científica poderia ser entendida como “uma publicação chata, técnica, restrita a conhecedores da linguagem e dos conhecimentos científicos e tecnológicos”. É natural que se pense assim, afinal ciência não é o tema mais popular do mundo, embora o jornalismo científico esteja contribuindo bastante com a mudança desse quadro. Mas esse pensamento não pode ser tomado como verdade absoluta. Sim, uma divulgação científica pode conter um texto hermético, mas também pode ter linguagem simples como a do jornalismo científico (aliás muitos cientistas e pesquisadores estão seguindo essa tendência para contribuir com a divulgação de seus estudos). O jornalismo, por ser uma “ponte” entre o discurso científico e o leigo, não trabalha com a densidade pretendida pelo cientista.

A ciência e a tecnologia precisam estar comprometidas com o interesse dos cidadãos que as financiam e é um assunto de interesse público. Divulgar os conhecimentos adquiridos nessas áreas é função tanto da divulgação científica quanto do jornalismo científico, que também é divulgação.

Evelin disse...

Pelo que andei lendo, vi que a fronteira que separa esses dois conceitos é mesmo ínfima. Mas achei algo interessante: um artigo que em dado momento diferenciava os termos divulgação científica e disseminação científica. Segundo o artigo (nome e link no final do texto), a divulgação científica é a difusão de informações direcionada ao público em geral, e a disseminação científica utiliza uma linguagem especializada a um público restrito. Com isso, refleti: as publicações científicas e tecnológicas, tanto feitas por pesquisadores/cientistas e instituições, quanto por jornalistas, constituem divulgação científica, já que querem atingir “a galera”.

Outra coisa legal que li e que leva ao mesmo ponto: “O Jornalismo Científico é um ramo da divulgação científica e “refere-se a processos, estratégias, técnicas, e mecanismos para veiculação de fatos que se situam no campo da ciência e da tecnologia” (Bueno, 1984, p.11).” O jornalismo científico não deixa de ser jornalismo, então segue critérios utilizados no jornalismo de uma forma geral: noticiabilidade, atualidade, periodicidade, universalidade e relevância social.

Evelin disse...

Concluí: a veiculação de informações científicas e tecnológicas é divulgação científica e divulgação científica em veículos de comunicação é jornalismo científico e também divulgação científica. Ou seja, divulgação científica é tudo o que sai sobre ciência e tecnologia, e jornalismo científico é apenas a divulgação científica que é publicada em veículos de comunicação, seguindo os preceitos jornalísticos. Oohh! Descobri o Brasil? Claro que não, já tínhamos debatido isso no laboratório. Mas achei o máximo ver o quanto nesse assunto as informações fazem sentido entre si, e quis compartilhar.

Nem toda divulgação científica é jornalismo e todo jornalismo científico é divulgação científica. As funções de ambos são sociais, educativas, culturais, econômicas, político-ideológicas, e sobretudo democráticas. E têm o foco no bem da sociedade. Pelo menos na teoria. No texto “Jornalismo Científico e democratização do conhecimento” vemos que a banda não toca como deveria. Ética no jornalismo científico, sensacionalismo, interesses econômicos, desvios de conduta. Mas essas são outras questões, que aliás renderiam um excelente debate! Fica a sugestão...

Evelin disse...

Fontes (está fora dos padrões da ABNT mas é só a título de curiosidade):

Entrevista: “Divulgação científica, jornalismo e discurso científico”, por Glória Kreinz e Crodowaldo Pavan.

Link: http://www.eca.usp.br/njr/espiral/tecno12.htm
Acesso: dia 26, às 01h05


Artigo: “Jornalismo científico: o compromisso de divulgar ciência à sociedade - a comunicação entre jornalistas e pesquisadores e a responsabilidade social na disseminação de informações científicas”, por Aline de Oliveira Rios, Ana Caroline Machado, Flaiane Cristine Knoll, Marcio de Oliveira, Marlene Valsko Portes, Tiago Cruz Ferreira da Silva

Link: http://www.revistas2.uepg.br/index.php/humanas/article/view/551
Acesso: dia 26, às 01h05

P.S: prometo que vou me esforçar para ser mais sucinta da próxima vez...afff

Cássia disse...

É uma pena que muitos grupos de pesquisa estudam o projeto de uma forma mais profunda para beneficiar as empresas privadas e quem perde é o país.
Mas foi muito bom ler a sinceridade do autor, diferente de outros textos já lidos que tentam mostrar que o importante é não parar com as pesquisas independente de quem vai lucrar.
Cássia Graciano

Marcos Lopes disse...

Todo estudo cientifico que é divulgado pelos jornalistas deve obedecer às regras jornalísticas.
Segundo o autor, o jornalismo científico está totalmente comprometido com a democratização do conhecimento pois no Brasil o índice de analfabetismo é bastante elevado, consequência do precário ensino nas escolas.
Informação sobre ciência e tecnologia é um direito do cidadão comum que amplia seu conhecimento. O jornalismo científico transforma a linguagem técnica em comum, portanto, acessível a todos.

Amanda Lopes disse...

Jornalismo científico é a tradução da linguagem técnica de textos científicos numa linguagem mais acessível.
Embra exista diferenças entre a divulgação científica e jornalismo cientívo em passar uma informação mais técnica com expressões próprias, ambas são voltadas para a democratização do conhecimento para todos que queiram ter mais conhecimento num determinado assnto mesmo não sendo especialista.

Amanda Lopes